Muitos maiatos não conseguiram dar sangue por já não haver resursos disponíveis. O IPST agradece a resposta e relembra que as dádivas são necessárias nos 365 dias por ano para atender as necessidades dos doentes.
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) apelou para a necessidade de repor as reservas de sangue no país, que estavam prestes a esgotar-se, e os portugueses responderam de forma muito positiva. Mesmo em período de pandemia, em poucos dias, milhares de pessoas se deslocaram aos postos de recolha para fazer a sua doação.
Na Maia, não foi exceção. Na passada quinta-feira, 27 de janeiro, a afluência foi bastante superior quando comparada com as anteriores ações e, por esse motivo, os recursos humanos e materiais não foram suficientes para acolher todas as dádivas de sangue. Foram várias as pessoas que, depois das 17:45h foram informadas de que não poderiam proceder à dádiva no Complexo Municipal de Ténis da Maia.
Ofélia Alves, responsável pela programação e colheitas do IPST Porto, explicou ao NOTÍCIAS MAIA que, em 30 anos de serviço, nenhum apelo do IPST “tinha tido esta proporção” a nível nacional.
No caso da Maia, a responsável explicou que, em anteriores recolhas, o número de dadores andava entre as 12 e as 30 pessoas e que, para a ação desta quinta-feira, a equipa foi preparada para receber 60 inscrições.
O IPST reforçou em 20% o material e os recursos humanos mas, ainda assim, a afluência foi superior ao esperado – “Tivemos 61 Inscritos e 53 colhidos”.
Ofélia Alves explicou ainda que, quando é atingido o limite de inscrições, a equipa não deixa pessoas na fila. Tendo em conta o contexto atual, o IPST quer garantir a segurança e o distanciamento entre dadores.
Dádivas são necessárias nos 365 dias por ano
A responsável adiantou que, em poucos dias, a nível nacional, o IPST recolheu mais de 8 mil unidades de sangue e que “foi muito bom para os stocks”.
Ainda assim, e apesar da resposta positiva, o IPST lembra que “é preciso sangue e plaquetas durante os 365 dias do ano” e que espera que este apelo faça com que muitas pessoas, que doaram agora pela primeira vez, se tornem dadores regulares.
Note-se que os milhares de unidades de sangue agora recolhidos têm um prazo de validade e que, no caso das plaquetas, essencial para o tratamento de doentes oncológicos, duram apenas cinco dias.
Depois da colheita, o sangue é processado e testado para poder ser utilizado. Desta feita, é dividido em eritrócitos, que duram até 42 dias, em plaquetas, que têm uma validade de apenas 5 dias e em plasma que, quando devidamente conservado, pode durar um ano.
A dificuldade em manter as reservas de sangue surge porque, ao contrário do que era hábito no IPST, com a pandemia não é possível fazer ações nas escolas, com as unidades móveis nem em empresas. “Se os dadores não vierem até nós, nós não podemos ir”, explica a responsável.
Novas recolhas na Maia
Na Maia, estão já marcadas para o mês de fevereiro mais duas ações do IPST no Complexo Municipal de Ténis da Maia:
- 08 Fevereiro das 9h às 12:30h;
- 24 Fevereiro das 14h às 19h.