Comunicado de Francisco Vieira de Carvalho a agradecer “apoio da família Rebelo de Sousa” chegou a Belém e levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa a emitir uma nota a considerar que é “ofensivo” que se possa confundir qualquer posição tomada por um familiar, com o próprio Presidente da República.
Em causa está um comunicado enviado à imprensa, pela candidatura da coligação PS/JPP, encabeçada por Francisco Vieira de Carvalho, com o título “Vieira de Carvalho sensibilizado com apoio da família Rebelo de Sousa”, que motivou a reação e necessidade de demarcação do Presidente da República.
Na referida nota enviada pela campanha de Francisco Vieira de Carvalho, lê-se que António Rebelo de Sousa, irmão de Marcelo Rebelo de Sousa, deixou uma mensagem ao candidato: “Venho, por este meio, como adepto da social-democracia e do socialismo democrático, manifestar o meu apoio à sua candidatura à presidência da Câmara da Maia”, escreve António Rebelo de Sousa. “Faço-o não apenas dada a minha amizade e consideração que tenho pela sua família, mas sobretudo pelas suas convicções, pelo seu amor à terra e pela sua visão estratégica. Acresce ao que disse que reconheço na sua pessoa a capacidade de liderança necessária ao exercício das funções a que se candidata”. O comunicado da campanha refere depois “que o Dr. Francisco Vieira de Carvalho foi, em 2016, apoiante do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e participante ativo na sua campanha eleitoral para a Presidência da República”. Não há no entanto, na mensagem de António Rebelo de Sousa, qualquer tipo de apoio mais alargado, do que, o do próprio António Rebelo de Sousa, que ao que o Observador avançou, é amigo pessoal de Francisco Vieira de Carvalho.
Esta nota levou o Presidente da República a sentir necessidade de se demarcar da candidatura PS/JPP no concelho da Maia, emitindo uma nota para os mandatários de todas as candidaturas à Câmara Municipal da Maia, que transcrevemos de seguida:
“Como sempre deixou claro desde antes da sua eleição, o Presidente da República não se confunde com os seus familiares. Qualquer posição tomada por um familiar não pode ser confundida, nem usada, com sendo a posição do Presidente da República: tal seria ofensivo para o Presidente da República e para o familiar”. Palácio de Belém, 27/9/2017.