Numa declaração inesperada durante a madrugada de segunda-feira, dia 13 de novembro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, negou ter convidado Mário Centeno, ou qualquer outra pessoa, para assumir a chefia do Governo.
Esta posição surge como uma resposta direta às afirmações de Mário Centeno, atual governador do Banco de Portugal, que em entrevista ao Financial Times, indicou ter recebido convites do Presidente e do Primeiro-Ministro para ponderar liderar o Governo após a demissão de António Costa.
O comunicado presidencial sublinha que nenhum convite foi feito antes da consulta aos partidos políticos com assento parlamentar e ao Conselho de Estado, refutando ainda a ideia de que o Presidente “autorizou” qualquer convite a Centeno. Ainda, o Presidente contradisse implicitamente as declarações de António Costa, que afirmara ter feito o convite a Centeno com o conhecimento prévio de Marcelo.
O Presidente da República desmente que tenha convidado quem quer que seja, nomeadamente o Governador do Banco de Portugal, para chefiar o Governo, antes de ter ouvido os partidos políticos com representação parlamentar e o Conselho de Estado, e neste ter tomado a decisão de dissolução da Assembleia da República.
Mais desmente que tenha autorizado quem quer que seja a contactar seja quem for para tal efeito, incluindo o Governador do Banco de Portugal.
Este desenrolar de eventos tem provocado reações da oposição, que pede a demissão de Centeno do Banco de Portugal, alegando falta de condições para manter a imparcialidade exigida pelo cargo, especialmente após admitir interesse em liderar um futuro governo socialista.
Centeno desmente afirmações de entrevista ao Financial Times
Após o comunicado do Presidente da República, Mário Centeno clarificou, na manhã desta segunda-feira, que não recebeu um convite direto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para se tornar primeiro-ministro, contrariando as informações veiculadas pelo Financial Times.
Também num comunicado, Centeno afirmou que a única abordagem feita por António Costa, após a sua demissão a 7 de novembro, foi no sentido de “refletir” sobre a possibilidade de assumir a liderança do executivo, sem que houvesse um convite formal para tal cargo.
O Banco de Portugal anunciou também que a sua Comissão de Ética irá reunir-se para discutir a situação, avaliando as implicações éticas e possíveis conflitos de interesse que possam surgir da discussão pública acerca de Centeno assumir o governo.
1 comentário
Por o que Ouço, a minha modesta analise, é que nas novas eleiçoes os Portugueses vão querer Impor ao PR e ao MP a sua Vontade, Dizer claramente ao Presidente da Republica e á PGR que quem manda é o Povo, e que por muito que lhes custe, terão que conviver com a decisao dos Portugueses manifestada em sufragio, o que tudo leva a crer que o PS Terá uma ainda MAIOR Maioria Absoluta, independentemente de quem for o ganhador nas eleiçoes no Partido Socialista.