O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou em declarações transmitidas pela RTP na sexta-feira, dia 21 de abril, que a dissolução da Assembleia da República “seria uma má notícia”. Ainda assim, sublinhou que “às vezes tem de haver más notícias”.
No encerrar da iniciativa Millennium Talks, que decorreu em Braga, Marcelo mencionou o quão essencial é não introduzir fatores de instabilidade, imprevisibilidade e insegurança, tendo em conta que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está em curso e o Portugal 2030 está na fase inicial.
Dessa forma, o chefe de estado apelou aos políticos “de todos os lados” para fazerem “tudo o que puderem” para garantir a estabilidade do país.
No caso de ser consumada a dissolução da Assembleia da República, Marcelo diz que “seria uma má notícia – e nós normalmente dispensamos as más notícias”, contudo, se elas existirem, que sejam o mais tarde possível, com o mínimo de custos no que toca à instabilidade.
Em caso de descontinuidade do poder político, Marcelo admite que há matérias onde deveria haver “pactos de regime, para que a todo o momento fosse possível, junto de cada decisor político, em cada instância de poder, haver um decisor sombra para o caso do primeiro ser substituído pelo segundo”.
No que toca ao PRR, o Presidente da República diz que este investimento é uma grande oportunidade, apesar de não ser tão grande como fizeram parecer durante o período eleitoral, destacando ainda que nessa altura os políticos transformam em bazuca aquilo que é uma arma “razoavelmente simpática”. “É uma forma de expressão enfática própria do calor dos comícios”, referiu.
Contudo, demonstrou alguma convicção, e mencionou que estes serão os fundos “percentualmente mais utilizados de sempre”, sobretudo pela consciencialização dos governos de que não serão repetíveis.
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