O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa na quarta-feira, dia 5 de abril, negou ter pedido para mudar um voo da TAP a partir de Moçambique, em março do ano passado.
O tema surge no seguimento da comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP, onde foi abordada uma troca de emails entre o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, e a presidente da Comissão Executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, sobre um eventual adiamento de um voo que tinha como passageiro Marcelo Rebelo de Sousa.
“A Presidência da República nunca contactou a TAP, nem nenhum membro do Governo sobre tal assunto. A Presidência da República nunca solicitou a alteração do voo da TAP, se tal aconteceu terá sido por iniciativa da agência de viagens”, lê-se na nota, enviada à Lusa.
Na mesma nota pode ler-se ainda que “o Presidente da República deslocou-se a Moçambique em março de 2022”, pelo que “a viagem foi tratada pela agência de viagens habitual, que terá feito várias diligencias e acabou por encontrar uma alternativa com a TAAG, via Luanda, no dia 23, mas o regresso de Moçambique acabou por se verificar a 21 de março de 2022, num voo regular da TAP (TP182)”.
“Tomámos conhecimento desta questão no dia 11 de fevereiro de 2022, quando a CEO da TAP perguntou ao chefe da Casa Civil, num jantar no Eliseu, a convite do Presidente Macron, a propósito da Saison Croisée França Portugal, se Sua Excelência o Presidente da República tinha solicitado a mudança do voo da TAP de 24 de março, o que foi imediatamente desmentido”, lê-se ainda no documento.
Confrontada com o assunto, Christine Ourmières-Widener mencionou que fez questão de verificar se realmente havia um pedido por parte da Presidência da República para a alteração do voo. “No fim, não fiquei surpreendida ao perceber que o Presidente da República nunca nos pediria para mudar um voo, que teria impacto no resto dos passageiros”, disse a ainda presidente executiva da TAP.