Se conseguimos associar facilmente a imagem de um touro ao país vizinho Espanha, dificilmente não será consensual que a imagem em Portugal será do bacalhau.
O mar português é rico em carapau, cavala e sardinha, mas na mesa o rei é o bacalhau. Consegue ser mais produtivo, é rico em nutrientes, oferece várias soluções para a cozinha e é, sobretudo, fácil de cozinhar. Estas características deram-lhe o nome de “fiel amigo”.
Apesar de ser um dado amplamente conhecido, não deixa de ser curioso que, considerando a imensa costa portuguesa, tenha sido o bacalhau a liderar. Afinal, cada habitante consome entre 55 a 57 quilos por ano.
Fazendo parte da identidade portuguesa, o bacalhau conquista as refeições, motivando vários livros de cozinha e várias receitas. Afinal, “existem 1001 maneiras de cozinhar bacalhau”. Entre as várias vantagens para a saúde, este peixe destaca-se por ser de fácil digestão e com uma elevada presença de proteínas e mineiras como o iodo, fósforo, sódio, potássio, ferro e cálcio, assim como vitaminas do complexo B.
Além disso, é um peixe magro e uma enorme fonte de ácidos gordos polinsaturados, sendo de sublinhar a elevada presença de ómega 3.
Por tudo isto e pela forte aposta na pesca do bacalhau, em meados do século passado, com uma frota de 13 bacalhoeiros, Portugal exportava para o Brasil, França, Angola e Itália e chegou mesmo a ser o maior produtor de bacalhau seco do mundo. Nos anos 60 surgiram problemas derivados da dificuldade em encontrar mão de obra e das alterações ao direito do mar.