Celeste Caeiro, conhecida como a mulher que deu origem ao símbolo da Revolução dos Cravos, morreu aos 91 anos.
Celeste Caeiro, a mulher que ofereceu o primeiro cravo aos militares no dia 25 de abril de 1974, morreu aos 91 anos. A notícia foi cpartilhada pela neta, Carolina, numa publicação na rede social X, acompanhada de uma fotografia da avó.
Num depoimento ao Diário de Notícias durante as celebrações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, Celeste recordou o momento em que, sem planear, criou um símbolo que se tornaria mundialmente reconhecido. “O soldado pediu-me um cigarro. Eu não fumava. Por impulso, tirei um cravo do ramo que levava e ofereci-lho. Nunca imaginei que isso marcaria a história como a Revolução dos Cravos”, contou.
Para sempre a minha Avó Celeste ❤️
Olha por mim 🤍 pic.twitter.com/koT9m6aSBQ— Carol 🎀 (@carolinacfontel) November 15, 2024
A origem das flores, explicou, remonta ao facto de trabalharem numa cafetaria que celebrava um ano nesse dia. O patrão decidiu fechar o estabelecimento e pediu aos funcionários para levarem os cravos que seriam oferecidos aos clientes.
Ao longo da sua vida, Celeste enfrentou vários desafios. Em 1988, perdeu a casa e as recordações de uma vida no incêndio do Chiado. Nos últimos anos, vivia em Alcobaça com a filha e a neta, enfrentando problemas graves de visão, audição e locomoção. Apesar disso, nunca perdeu a ligação afetiva ao marco histórico que ajudou a criar, descrevendo frequentemente a emoção do dia em que a revolução ganhou um símbolo.