A construção da nova Academia do FC Porto na Maia enfrenta desafios inesperados após a descoberta de importantes vestígios arqueológicos, incluindo mosaicos, que obrigam a uma reavaliação do projeto.
O projeto ambicioso de instalar uma moderna academia do FC Porto na Maia tropeçou numa descoberta arqueológica surpreendente. A revelação deu-se esta segunda-feira, quando, em plenas escavações preparatórias do terreno, emergiram artefactos com profundo significado histórico. Entre estes, ganham destaque representações pictóricas do neolítico e mosaicos que aludem a figuras e eventos do passado distante.
Em declarações exclusivas ao NOTÍCIAS MAIA, o historiador Luís Aldeias-Novas, envolvido no projeto, sugeriu a mudança da obra para outro local, como alternativa, enfatizando a importância de preservar os mosaicos, sublinhando o valor histórico e cultural destes achados únicos.
Segundo sabe o NOTÍCIAS MAIA, a descoberta colocou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) numa posição de dúvida quanto à viabilização das obras da nova Academia do FC Porto na Maia, mesmo após a aprovação da unidade de execução do projeto pela Câmara Municipal. A CCDR-N levanta questões sobre o impacto do projeto na destruição de uma área arqueológica de valor, questionando a sua compatibilidade com os objetivos de preservação patrimonial.
Perante esta situação, poderá ser necessária uma reavaliação e a abertura para consultas com entidades externas com especialização em património, para uma decisão informada sobre o licenciamento futuro do projeto pela autarquia da Maia. Esta nova fase de escrutínio poderá implicar a revisão da autorização previamente dada para a hasta pública dos terrenos requeridos pelo clube, face aos recentes achados.
Entre as descobertas, destacam-se mosaicos e pinturas que remontam a períodos históricos antigos, incluindo representações do último título europeu do Benfica, imagens do conhecido jogador Mantorras quando era jovem, e também gravuras de Cavani com a camisola do clube de Lisboa, elementos que despertam grande interesse tanto histórico quanto cultural.
Este inesperado desafio, revelado numa data tão peculiar como o 1 de Abril, Dia das Mentiras, acrescenta uma camada de complexidade.
