Um novo laboratório que será instalado na Quinta da Gruta, irá permitir aos alunos do concelho da Maia participar em atividades focadas na prevenção, rastreio e diagnóstico do cancro, a partir de setembro.
O Laboratório Aberto de Biologia e Saúde da Maia (LABS – Maia), resultante de uma parceria entre a autarquia – que apoiará com 50 mil euros por ano -, a farmacêutica Bial – responsável pelos equipamentos – e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), vem “colmatar uma lacuna existente no ensino, levando as ciências experimentais às escolas”, disse à Lusa o investigador Luís Cyrnes.
Integrado no projeto “Maia, crescer com a Ciência” e instalado na Quinta da Gruta, na Maia, o laboratório disponibiliza aos alunos dos diferentes níveis de ensino (pré-escolar, básico e secundário) atividades experimentais básicas, focadas na biologia e na saúde e integradas no contexto escolar, que os ajudarão no seu desenvolvimento cognitivo, indicou o investigador do IPATIMUP.
As ações desenvolvidas no LABS – Maia, continuou, visam informar sobre doenças como a diabetes e o cancro, incutindo nos alunos rotinas que promovam o seu rastreio, o diagnóstico e prevenção, através da “transmissão de bons hábitos e de alertas para uma alimentação equilibrada e cuidados de saúde”.
“A realidade dos diferentes níveis de ensino mostra que a educação científica e tecnológica está desligada da atividade científica e que os professores e educadores raramente têm a oportunidade consistente e continuada de uma abordagem experimental nas áreas curriculares da ciência e tecnologia”, informa um comunicado sobre o projeto.
O desafio pedagógico atual, lê-se na nota informativa, passa por “estimular o desejo de aprendizagem nos alunos, treinando o seu talento inato para explorar, importante não só na sala de aula mas também numa sociedade em constante mudança”.
Com o aumento da incidência de várias doenças crónicas, como o cancro, existe igualmente “a necessidade de adotar estratégias que permitam apetrechar a população com o conhecimento e as competências necessárias” para a prevenção e redução da incidência destas doenças, acrescenta o comunicado.
De acordo com o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, a missão do LABS – Maia é estabelecer a ponte entre o laboratório de investigação e a escola, “com enfâse, por ora, na saúde”, tendo como principais beneficiários os alunos das escolas do concelho.
Através das atividades propostas, estes poderão contactar com “problemas científicos reais” e aplicar técnicas utilizadas no laboratório de investigação, indicou o autarca, acrescentando que, desta forma, promove-se uma aproximação entre a investigação e o ensino.
O investigador Luís Cyrnes considera ainda que, através de espaços lúdico-científicos como o LABS – Maia é possível “fazer uma ponte para que o aluno consiga perceber que a ciência é algo que está ao alcance de cada um”.
“Queremos ajudar a partir essa grande barreira que afirma que a ciência é só para meia dúzia de pessoas. A ciência tem que estar acessível a todos”, frisou.
O protocolo entre as três entidades foi assinado hoje, na Câmara Municipal da Maia, tendo como signatários o presidente da autarquia, António Silva Tiago, o presidente do IPATIMUP, Manuel Sobrinho Simões, e o presidente não executivo da Bial, Luís Portela.