A quadruplicação da linha ferroviária do Minho entre as estações de Contumil (Porto) e Ermesinde (Valongo) é um projeto de grande envergadura que deverá avançar em 2024 e custar 120 milhões de euros.
O objetivo deste projeto é o aumento da capacidade da linha e a redução dos tempos de espera e de viagem dos passageiros. No entanto, a execução deste projeto envolve a demolição de 88 edifícios ao longo do traçado, dos quais 21 são habitações atualmente em uso.
Segundo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da quadruplicação da Linha do Minho entre Contumil (Porto) e Ermesinde (Valongo), consultado pela Lusa e citado pelo DN, a implementação do projeto implicará a demolição de 90 construções, sendo que 21 correspondem a habitações em uso. O documento alerta para as implicações na estabilidade das estruturas e na proximidade à via férrea, que justificam a necessidade de demolir alguns edifícios.
As demolições serão divididas em quatro zonas. A primeira zona, situada nos concelhos do Porto e Gondomar, é constituída por um aglomerado de habitações, anexos existentes nos logradouros e anexos de apoio a trabalhos agrícolas/abrigos para animais, localizados na rua da Ranha. O documento indica que, devido à proximidade à via e implicações na estabilidade da estrutura, será necessário demolir um conjunto de anexos e outras construções associadas às habitações, incluindo a demolição de duas habitações.
Na segunda zona, em Rio Tinto (Gondomar), a demolição prevista é de uma habitação onde atualmente funciona um espaço de culto religioso, um conjunto de armazéns com função industrial e alguns anexos/telheiros no lado direito, e a demolição de um pequeno anexo no lado esquerdo.
Na terceira zona, que corresponde à intervenção na estação de Rio Tinto, serão demolidas cinco habitações, das quais quatro encontram-se devolutas. Está também prevista a demolição de um conjunto de anexos, garagens e outras construções.
Por fim, a quarta zona abrange os concelhos de Valongo e Maia e as demolições previstas correspondem a quatro habitações (uma no concelho de Gondomar, uma no concelho da Maia e duas no concelho de Valongo), bem como a demolição de duas garagens, dois anexos e um armazém.
Para além da demolição dos edifícios, o projeto também prevê a construção de uma série de estruturas, como viadutos, pontes, passagens inferiores e superiores, muros de contenção, entre outras. Estas estruturas têm como objetivo garantir a segurança e a fluidez do tráfego ferroviário, assim como minimizar os impactos ambientais.
O processo de construção da linha ferroviária deverá durar 42 meses, a que acrescem três meses para a montagem e desmontagem dos estaleiros de obra. A execução de toda a empreitada está dependente da emissão de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável e dos eventuais ajustes que venham a ser impostos pela APA no processo em curso. A Infraestruturas de Portugal espera que a DIA venha a ser concedida no final do primeiro semestre de 2023.