O município tem sido fustigado por assaltos levando a que os moradores se sintam inseguros. Autarquia fala em “situação de emergência”. PSP e GNR da Maia sem recursos para dar resposta às ocorrências.
Situação dura há meses sem que haja solução ou resposta adequada à vista, sendo constantes e consultáveis os relatos nas redes sociais, chegando mesmo algumas pessoas a incitar à criação de grupos organizados de vigilantes, para combater a onda de assaltos que se tem verificado. Na freguesia do Castêlo, um grupo de moradores criou mesmo a Associação de Moradores do Castêlo da Maia (AMCM), “para ter outra força para tratar destas e de outras questões com a GNR e poder político. Nomeadamente no que à segurança diz respeito.”
Os carros são o principal alvo, ocorrendo os assaltos especialmente durante a noite, com maior incidência, de acordo com os relatos, na Cidade da Maia, no Castêlo da Maia e em Moreira, havendo ainda assim, relatos de ocorrências em quase todo o Concelho. As viaturas, quando não desaparecem, são muitas vezes encontradas pelos moradores na via pública “em cima de pedras”, com as jantes ou pneus subtraídos, sem rodas, com vidros partidos, interiores remexidos, auto-rádios furtados ou fechaduras danificadas. Além destes assaltos na via pública, há relatos de assaltos a viaturas dentro de garagens privadas. Alguns destes relatos de assaltos, denunciam ocorrências em pleno centro da Maia.
A juntar a esta “epidemia”, assim classificada por um morador do município, tanto a PSP como a GNR têm falta de meios móveis e de recursos humanos para fazer frente a estas ocorrências. No caso da GNR, com esquadra a cinco minutos de um local com forte incidência de assaltos na freguesia do Castêlo, a falta de condições de resposta é tal, que quando é chamada a intervir, por falta de carros patrulha e de efetivos, chega a convidar as pessoas a deslocarem-se ao posto da GNR para apresentar queixa.
O Notícias Maia assistiu a uma dessas ocorrências, em agosto passado, nas imediações da Praça 5 de Outubro, no Castêlo da Maia, por volta das 23 horas, uma viatura de marca BMW foi assaltada, tendo os meliantes partido um dos vidros da mesma. O proprietário da viatura ligou para a GNR a dar sinal da ocorrência, tendo sido informado o melhor seria dirigir-se à esquadra, caso contrário a GNR demoraria cerca de duas horas a chegar ao local, porque não tinha meios.
As vitimas destes assaltos, afirmam que fazem o seu papel e apresentam queixa nas autoridades, ficando a aguardar o desfecho, mas sabem que com as dificuldades que existem, dificilmente vão reaver os seus bens, ou encontrar os assaltantes. Uma das pessoas que sofreu o assalto, afirmou que passou “a por o carro todos os dias dentro de casa. Infelizmente não há maneira de parar os assaltantes sem ser no ato, mas para isso são necessárias patrulhas na rua”. Outro destes casos, apresentou queixa na GNR, que “registou a queixa”, e “fez comunicação à PSP e basicamente é aguardar, mas já se sabe que não vão apanhar os ladrões”. Afirma apesar de tudo, “olhe fizemos o nosso papel de cidadãos”.
António Almeida, comandante da Divisão Policial Maia da PSP, citado pelo Jornal Maia Hoje, afirmou que os “dados já foram encaminhados para as instâncias da PSP. É uma situação que a nível da territorialidade, não conseguimos fazer muito porque os elementos fardados são escassos. Neste momento não tenho dados, mas que alguma coisa está a ser feita nesse sentido, está.”
O Presidente da Câmara, António Silva Tiago, aquando da sessão de cumprimentos no passado dia 28 de outubro, na Quinta dos Cónegos, após a Tomada de Posse, segundo o Maia Hoje, afirmou que teve conhecimento desta situação “no dia da tomada de posse” tendo contactado o subcomissário da PSP, “que deu conta que os comandos metropolitanos da PSP conhecem essa situação que é, de facto, alarmente”. Para o recém empossado Presidente da Câmara Municipal da Maia, “as pessoas estão muito angustiadas porque saem à rua e têm o carro sem jantes. É o que sei e tudo farei para, a partir de agora, reivindicar, em nome da população da Maia, a quem de direito, neste caso, ao Ministério da Administração Interna e aos Comandos Metropolitanos, que se acautele e resolva esta situação grave”.