A situação dramática de uma família de oito pessoas, incluindo dois bebés, residente na freguesia de Barca, Maia, que vive com menos de 300 euros por mês, e que o JN noticiou, gerou uma verdadeira onda de solidariedade.
Durante todo o dia de quarta-feira, foram vários os leitores do Jornal de Noticias que se mostraram dispostos a ajudar a família de Maria José Gomes, de 50 anos, e de António Pereira, de 58, doente terminal.
Seja com bens alimentares, como foi o caso de um leitor, que preferiu o anonimato, e que ainda ontem foi levar um cabaz de alimentos à família, seja para ajudar a pagar a conta da farmácia, como se mostrou disponível uma leitora de Lisboa. Uma autêntica onda de solidariedade que extravasou fronteiras, chegando ajuda até de Angola.
“A minha mãe ficou muito surpreendida quando um senhor nos veio hoje [ontem]entregar alimentos. Até iogurtes e fraldas tinha no cabaz”, contou, visivelmente agradecida, Teresa, filha que regressou de Espanha, onde estudava e trabalhava, para ajudar a mãe a cuidar do pai.
Também quarta-feira, a Segurança Social enviou um esclarecimento, dando conta que “não é verdade que esta família sobreviva apenas com menos de 300 euros por mês”, indicando que o “rendimento mensal do agregado familiar ronda os 715 euros”(da pensão de invalidez de António e o vencimento do genro). O equivalente a 2,9 euros diários por cada membro da família. Acrescido do abono de família da neta, de 140,76 euros.
Este organismo esclareceu ainda que o “referido agregado é beneficiário do rendimento social de inserção (RSI)desde dezembro de 2008”, mas que a prestação “foi suspensa no passado dia 28 por ter atingido o fim de um ciclo sem que o novo contrato de inserção tivesse sido assinado”. Contudo, a família “vai ser contactada para a celebração do dito contrato”.
Pontualmente, a Segurança Social também paga as despesas de luz e de saúde.
Segundo o que o jornal apurou, o genro de Maria José e de António começou há três semanas a trabalhar como trolha e o dinheiro que ganhou desse período experimental “foi para pagar a conta da farmácia”.
Fonte: jn.pt