O padre de Guilhabreu diz que não foi por falta de pagamento mas sim porque “a família não frequenta a igreja”.
Conceição Maia morreu a 13 de maio, aos 92 anos, e não teve direito a funeral. Era imigrante em França e estava em Portugal há poucos meses. Morreu em casa de uma filha.
Segundo a CMTV, a filha e neta da idosa garantem que o Padre Carlos Duarte, de Guilhabreu, Vila do Conde, se recusou a fazer o funeral alegadamente por falta de pagamento da côngrua, uma contribuição anual à igreja.
A família garante que os registos foram pagos e lamenta que Conceição Maia, crente e devota de Nossa Senhora de Fátima, não tenha tido um funeral religioso, como era a sua vontade. “Não lhe pudemos dar um funeral digno”, lamentou a neta.
Já o padre Carlos Duarte, de Guilhabreu, Vila do Conde, explica que, apesar de não haver qualquer tipo de registo do pagamento de contribuições da filha e do genro da idosa, não foi esse o motivo da decisão.
À frente da paróquia há quase 60 anos, o sacerdote garante que não fez o funeral porque “a família não frequenta a igreja”. “Não havia nenhuma ligação à Igreja, à Igreja [enquanto] casa e à Igreja [enquanto] vida cristã, não havia sinal nenhum”, diz o pároco à CMTV. “Não foi por falta de pagamento”, concluiu.
Apesar de não ter celebrado o funeral, o padre Carlos Duarte celebrou a missa de 7º dia.
Ainda assim, a família da idosa pediu já uma reunião na Diocese do Porto para expor o caso. A neta diz que só quer que seja “feita justiça” e que não voltem a acontecer episódios como estes em qualquer que seja a paróquia.
Conflito do padre com genro da idosa pode estar na origem da decisão
Segundo declarações do padre Carlos Duarte ao JN, “o genro e a filha não pagam os direitos paroquiais e não estão nada ligados à igreja. Além disso, o sr. não respeita a vizinhança da igreja. Tem um terreno aqui mesmo, todo maltratado e com umas cruzes e uns sinais estranhos”.
O pároco admite o diferendo antigo com António Sousa, o genro da idosa, que já motivou, “inclusive, um processo judicial”.