Concelhia da Maia lamenta que “num Partido fundador dos princípios democráticos se levem a cabo práticas de autocracia interna, que desrespeitam as bases do Partido”.
O estrutura concelhia do Partido Socialista reagiu oficialmente à avocação pela estrutura nacional que decidiu escolher um contrário diferente do votado na Maia. Em comunicado assinado por Paulo Rocha, o PS lamenta “que num Partido fundador dos princípios democráticos se levem a cabo práticas de autocracia interna, que desrespeitam as bases do Partido que, reafirme-se, conduziram sempre todo este processo com lisura e total articulação com os Órgãos Distritais e Nacionais”.
Paulo Rocha mostra-se solidário com a decisão de Teresa Almadanim em retirar-se “do processo autárquico, agradecendo, mais uma vez, a sua disponibilidade em abraçar um projeto vencedor e transformador para a Maia, alicerçado nos princípios e valores do Partido Socialista”.
“Resta-nos pedir, publicamente, desculpa pela forma como a estrutura Nacional do PS conduziu este processo e pela falta de respeito e de dignidade com que trataram o mesmo”, pode ler-se.
A decisão da nacional não surpreende a estrutura concelhia do PS Maia, mas é recebida com estupefacção, já que “o processo de designação da cidadã Teresa Almadanim sempre foi desenvolvido em profunda articulação com a Federação Distrital do Porto do PS e o seu Presidente, Manuel Pizarro, bem como com a própria estrutura Nacional do Partido, nomeadamente com o Secretário Geral Adjunto, José Luís Carneiro”.
“O respeito pelas decisões das estruturas locais seria algo natural, tendo em conta as recentes declarações do Secretário Geral Adjunto do PS, José Luís Carneiro, a respeito da candidatura do PS à Câmara Municipal do Porto, que afirmava que o PS era um Partido que respeitava as decisões das suas bases. Ora estranho é, que num espaço de poucos dias, a mesmo protagonista mude de ideias e avoque o processo de candidatura do concelho da Maia, onde, se sublinhe, foi sempre realizado em articulação com os órgãos Distritais e Nacionais do PS”.
Assim, refere o Partido Socialista da Maia: “não podemos aqui, deixar de estranhar, que o processo de avocação do concelho da Maia, contra a vontade da Concelhia e da Distrital, ocorra poucos dias depois do fecho do conturbado processo do Porto. Queremos acreditar que não há coincidências, mas os dois pesos e as duas medidas adotadas pelo Secretário Geral Adjunto, nestes dois processos,
deixam-nos, no mínimo, a refletir”.
“Esta decisão, inexplicável, duvidosa quanto aos seus objetivos, decidida por menos elementos do que aqueles que na concelhia votaram a designação da cidadã Teresa Almadanim, venha pôr em causa um projeto verdadeiramente socialista, um projeto vencedor, reconhecido pela sociedade maiata que, ao longo dos últimos meses, foi apoiando de forma entusiástica a candidata Teresa Almadanim, reconhecendo na sua pessoa uma aposta vencedora e rejuvenescedora para o concelho da Maia”, pode ler-se.
O PS acusa ainda o secretário Geral Adjunto, José Luís Carneiro, de “autocracia”, pelo que “terá de assumir a responsabilidade futura”, lembrando que a candidata Teresa Almadanim foi aceite “pelo Presidente da Concelhia, por unanimidade dos Membros do Secretariado Concelhio, pela maioria dos membros da Comissão Política Concelhia, por cinco das seis secções do PS Maia, pela Juventude Socialista e pelo único Presidente de Junta eleito no concelho”.
Leia o comunicado na íntegra:
“Dados os recentes desenvolvimentos sobre o processo de candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal da Maia, e na sequência da auscultação das bases do Partido Socialista da Maia, venho pela presente afirmar que:
1. A estrutura concelhia do Partido Socialista está solidária com a posição assumida pela cidadã independente Teresa Almadanim, em retirar-se do processo autárquico, agradecendo, mais uma vez, a sua disponibilidade em abraçar um projeto vencedor e transformador para a Maia, alicerçado nos princípios e valores do Partido Socialista. A estrutura concelhia do PS Maia continua convicta de que a candidatura da Teresa Almadanim seria aquela que melhor serviria a Maia e os maiatos e a única que reafirmaria e que representaria um verdadeiro projeto do PS para o concelho. Neste momento, para além do agradecimento público pelo seu trabalho e disponibilidade resta-nos pedir, publicamente, desculpa pela forma como a estrutura Nacional do PS conduziu este processo e pela falta de respeito e de dignidade com que trataram o mesmo;
2. Foi conhecida a decisão da Comissão Política Permanente do PS, através de missiva assinada pelo Secretário Geral Adjunto, José Luís Carneiro, pela Secretária Nacional para as Autarquias, Maria da Luz Rosinha, e pelo Secretário Nacional Adjunto para a Organização, Pedro Cegonho, de avocar o processo de designação do candidato a cabeça de lista do PS à Câmara Municipal da Maia;
3. Esta decisão, dado os acontecimentos recentes levados a cabo pela estrutura Nacional, infelizmente, não surpreende a estrutura concelhia do PS Maia, mas deixa-nos estupefactos uma vez que o processo de designação da cidadã Teresa Almadanim sempre foi desenvolvido em profunda articulação com a Federação Distrital do Porto do PS e o seu Presidente, Manuel Pizarro, bem como com a própria estrutura Nacional do Partido, nomeadamente com o Secretário Geral Adjunto, José Luís Carneiro;
4. É fundamental esclarecer que a designação da candidata Teresa Almadanim, em sede concelhia, apenas foi realizada após a concordância da Federação Distrital do Porto e com garantias, à própria candidata, de que a Nacional respeitaria as decisões das
estruturas locais;
5. Aliás, o respeito pelas decisões das estruturas locais seria algo natural, tendo em conta as recentes declarações do Secretário Geral Adjunto do PS, José Luís Carneiro, a respeito da candidatura do PS à Câmara Municipal do Porto, que afirmava que o PS era um Partido que respeitava as decisões das suas bases. Ora estranho é, que num espaço de poucos dias, a mesmo protagonista mude de ideias e avoque o processo de candidatura do concelho da Maia, onde, se sublinhe, foi sempre realizado em articulação com os órgãos Distritais e Nacionais do PS. Nesta sequência, não podemos aqui, deixar de estranhar, que o processo de avocação do concelho da Maia, contra a vontade da Concelhia e da Distrital, ocorra poucos dias depois do fecho do conturbado processo do Porto. Queremos acreditar que não há coincidências, mas os dois pesos e as duas medidas adotadas pelo Secretário Geral Adjunto, nestes dois processos, deixam-nos, no mínimo, a refletir;
6. As razões evocadas pela Comissão Permanente do PS para avocação do processo da Maia, também não nos deixam descansados sobre a condução clara e honesta que um processo destes deve ter. A solução da candidata Teresa Almadanim foi apresentada, pelos órgãos concelhios do PS, em janeiro, sendo que as razões evocadas pelos órgãos nacionais são razões que deveriam ter sido utilizadas à data e não passados quase 7 meses e depois de toda a articulação em volta desta candidatura;
7. Por fim, a decisão da Comissão Permanente do PS denota uma falta de conhecimento da realidade local, descarateriza a própria matriz de valores e princípios do Partido Socialista, indo atrás de soluções de facilitismo básico que esvaziam o PS na sua representatividade e secundarizam os seus projetos.
Lamenta-se que, esta decisão, inexplicável, duvidosa quanto aos seus objetivos, decidida por menos elementos do que aqueles que na concelhia votaram a designação da cidadã Teresa Almadanim, venha pôr em causa um projeto verdadeiramente socialista, um projeto vencedor, reconhecido pela sociedade maiata que, ao longo dos últimos meses, foi apoiando de forma entusiástica a candidata Teresa Almadanim, reconhecendo na sua pessoa uma aposta vencedora e rejuvenescedora para o concelho da Maia. Uma candidatura, relembre-se, proposta pelo Presidente da Concelhia, por unanimidade dos Membros do Secretariado Concelhio, pela maioria dos membros da Comissão Política Concelhia, por cinco das seis secções do PS Maia, pela Juventude Socialista e pelo único Presidente de Junta eleito no concelho. Isto, sim, é representatividade e foi esta representatividade que o secretário Geral Adjunto, José Luís Carneiro, com uma postura autocrática, acaba de rejeitar e pôr em causa, pelo que qualquer responsabilidade futura deverá ser assumida por quem toma este tipo de decisão, que apenas enfraquece o Partido Socialista e a Democracia como pilar básico de uma sociedade próspera e igualitária.
Paulo Rocha
(Presidente da Comissão Política Concelhia)”