É absolutamente desprezível e repugnante a maneira como tantos jornalistas, comentadores, politólogos e afins tentam branquear o que este senhor engenheiro fez ao país. Só faltou chamarem-lhe mártir e clamar por uma condecoração.
Este senhor deverá ser condenado, caso seja culpado. Deverá ser condenado, de forma exemplar, por toda a responsabilidade que tinha na altura dos eventuais crimes. Sem dúvida que assim a política e a justiça portuguesas nunca mais serão as mesmas e nunca mais serão vistas com o mesmo nível de descrédito que até agora imperou.
Pessoas como Edite Estrela, que escreveu “Qual a melhor forma de desviar as atenções do escândalo dos vistos Gold?” e João Soares, que escandalosamente afirmou não aceitar “a prisão de um antigo primeiro-ministro” a não ser “por crime de sangue, em flagrante delito”, não merecem o nosso respeito nem a honra das funções que desempenharam e que ainda hoje desempenham e só mostram o carácter de que são feitos. Digam à Edite que a justiça quando chega, chega para todos e lembrem ao Soares Júnior que ninguém está acima da lei, e que ela é igual para todos.
Depois do resgate da Troika, depois do Freeport, Face Oculta e Monte Branco, o povo pediu que a política e a justiça mudassem, para nunca mais sermos conduzidos à banca rota, pelo desgoverno e pela corrupção. O povo saiu à rua [nas redes sociais] na madrugada em que Sócrates foi preso, e independentemente do que as elites da corrupção podem querer fazer passar, a prisão de Sócrates esteve na origem de pequenos momentos de felicidade dos Portugueses. Possivelmente deviam prendê-lo todas as semanas, para ver se isto animava. Depois de tanto mal que fez aos portugueses, todas estas manifestações são normais. Lembrem-se que o 25 de Abril já foi há mais de 40 anos.
João Carlos Loureiro