O PCP responsabilizou esta quarta-feira os partidos PSD, CDS, PS, IL e PAN pela manutenção de portagens na região do Porto, incluindo nos troços da A41 e A42 que atravessam a Maia, considerando a medida uma injustiça que penaliza as populações e o tecido económico local.
A Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do Partido Comunista Português (PCP) emitiu um comunicado esta quarta-feira a criticar a manutenção de portagens nas autoestradas da região do Porto, ao contrário do que acontece noutras zonas do país, onde as taxas estão a ser eliminadas. Entre os troços afetados estão as autoestradas A28, A29, A41 e A42, abrangendo concelhos como Matosinhos, Maia, Valongo, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada.
Para os comunistas, esta situação representa uma discriminação negativa em relação ao resto do país e reflete, nas suas palavras, “a hipocrisia de quem promete uma coisa na região e faz outra na Assembleia da República”. Segundo o PCP, as portagens constituem um obstáculo ao desenvolvimento económico da região e agravam as condições de vida de quem, sem alternativas viáveis, é obrigado a utilizá-las diariamente.
O partido recordou que apresentou no parlamento um projeto de lei para eliminar todas as portagens nas antigas SCUT, incluindo as da região do Porto, mas que a proposta foi rejeitada devido à “convergência” entre PSD, CDS, PS, IL e PAN.
A manutenção das portagens, argumenta o PCP, beneficia apenas as concessionárias das autoestradas, enquanto o Estado, as populações e a economia regional continuam a ser prejudicados. “As empresas sediadas na região enfrentam custos acrescidos e as populações pagam para circular em vias essenciais”, refere o comunicado.
A eliminação de portagens foi aprovada para outras vias no interior do país e no Algarve, mas na região do Porto as autoestradas permanecem sob regime de portagens. Na A28, por exemplo, apenas os troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque deixarão de ter custos para os utilizadores.
O PCP apelou às populações e empresas da região, incluindo na Maia, para que protestem contra o que consideram uma “injustiça flagrante” e exijam o fim das taxas nas autoestradas estruturantes.