Deputados comunistas juntam-se ao coro de protesto que quer o fim das portagens nas antigas SCUT.
Em testemunho à agência Lusa, após o contacto com populações afetadas pelas portagens nas antigas SCUT no Porto e na Póvoa de Varzim, o deputado Jorge Machado garantiu a posição comunista de “reiterar a necessidade, urgência e justeza da revogação das portagens nas A28, A29, A41 e A42”.
Ambulâncias também pagam portagem
A deputada Diana Ferreira, que passou por Vila Nova de Gaia e Valongo, evidenciou duas situações naquelas autoestradas que “são muito difíceis de contornar” por quem anda de carro. “Por exemplo, em Gaia estamos a falar de um pórtico que está no meio da freguesia de Gulpilhares e que obriga a um desvio significativo de muita gente, enquanto na Maia temos um concelho basicamente rodeado de pórticos na ex-SCUT e onde as ambulâncias pagam portagem e chega-se ao cúmulo de até os próprios camiões da câmara que vão à Lipor descarregar os resíduos também terem pagar, porque passam no pórtico”, relatou Diana Ferreira.
Maia paga mais de 40 mil euros em portagens para depositar o lixo
Para se realizar transporte e depósito do lixo, as viaturas não chegam a sair do concelho, mas ainda assim, o município é obrigado a pagar mais de 40 mil em portagens para poder depositar os resíduos na Lipor 2, por falta de alternativas.
É um tema já debatido e a autarquia, desde o antigo executivo, tem procurado junto do governo soluções, mas sem sucesso. Os veículos da Maiambiente são obrigados a passar, várias vezes por dia, pelos pórticos da A41, levando a que o valor em portagens ultrapasse os 40 mil euros.
Este valor poderia ser investido de outra forma, nomeadamente numa fatura mais reduzida para os munícipes, segundo declarações proferidas pelo presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, já em outubro de 2018.
Já em 2015, António Bragança Fernandes, considerava que a maia se estava a tornar uma “ilha dentro de autoestradas”, referindo-se à quantidade de pórticos que existem no concelho.
António Silva Tiago contra portagens na A41
O Presidente da Câmara Municipal da Maia afirmou em novembro do ano passado que a instalação das SCUT foi um mau investimento, prejudicial para o município.
O edil maiato afirmou que “os pórticos que existem aqui na zona central da cidade da Maia deviam de imediato ser retirados”. “O governo se se deslocar cá e constatar com os seus olhos esta realidade, rapidamente chega a esta conclusão”. A solução passaria por eliminar as portagens, o que ajudaria na manutenção e conservação das estradas municipais.
António Silva Tiago garantiu ainda, em declarações ao Porto Canal, que “a Maia é o conselho que é mais prejudicado com os pórticos e que o dinheiro gasto poderia ser utilizado para outros fins”.