A ação ofensiva do Hamas a Israel gera uma onda de condenações entre a maioria dos partidos políticos em Portugal, mas PCP e Bloco de Esquerda adotam uma postura diferente, apontando para as causas históricas do conflito.
No rescaldo do recente ataque do Hamas, que desencadeou uma nova vaga de violência em Israel, os partidos políticos portugueses dividem-se nas suas reações. Enquanto o primeiro-ministro António Costa, Luís Montenegro do PSD, André Ventura do Chega e outros condenam veementemente a ofensiva, o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) trazem à luz as questões históricas que alimentam este conflito de longa data.
De acordo com uma declaração do primeiro-ministro, António Costa, os “ataques terroristas contra Israel são inaceitáveis e merecem a nossa forte condenação”. Este sentimento foi ecoado por Luís Montenegro do PSD, que condenou “o terrível ataque das forças do Hamas a Israel e o reaparecimento do terrorismo mais implacável e desumano”.
No entanto, o PCP emitiu um comunicado onde salienta que o ataque é um “resultado de décadas de ocupação e desrespeito sistemático por parte de Israel do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente”. Adicionalmente, aponta a “permanente violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina” como um fator que contribui para a perpetuação do conflito.
Por sua vez, o BE, através da eurodeputada Marisa Matias, reflete uma perspetiva similar ao PCP, reconhecendo “vítimas inocentes dos dois lados” e enfatizando a necessidade de “por fim ao apartheid e à ocupação ilegal da Palestina por Israel” para alcançar a paz, sem nunca referir o ataque do Hamas.
O Bloco usou ainda as suas plataformas para dar a conhecer uma manifestação organizada peloa “Coletivo para a Libertação da Palestina”, realizada dois dias depois do ataque. O ataque é vista pelos organizadores da manifestação como “uma ação de resistência contra o projeto colonial sionista” e “uma resposta ao escalar de violência por parte do exército e de colonos israelitas, principalmente na Cisjordânia e em Jerusalém”’.
A Iniciativa Liberal e o Livre também não ficaram silenciosos sobre o assunto, condenando os ataques perpetrados pelo Hamas, e demonstrando preocupação com a possível escalada de violência na região.
Embaixador de Israel Critica PCP
Na rede social X (antigo Twitter), o embaixador expressou sua indignação com as palavras do PCP, afirmando que “nunca na vida pensei quem um dia fosse ver um partido político na Europa justificar o massacre de crianças judias”. Esta afirmação ressoa como uma crítica contundente à posição do PCP, que na sua comunicação ressaltou a necessidade de uma solução que conceda ao povo palestiniano o direito a “um Estado soberano e independente”.
Ainda na sua publicação, Dor Shapira, mencionando também a posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia, salientou que “se o PCP vos ataca, é porque estão do lado certo da História e da justiça”, evidenciando uma discordância flagrante com o partido comunista.
Nunca na minha vida pensei que um dia fosse ver um partido político, na #Europa, justificar o massacre de crianças judias mas, parece que este último ano provou que se o @pcp_pt vos ataca é porque estão do lado certo da História e da justiça. https://t.co/ChVjweIjO6
— Dor Shapira🇮🇱🇵🇹 (@ShapiraDor) October 9, 2023
1 comentário
O velho hábito dos políticos cobardes. Preferem ir para a rua gritar contra Israel em vez de se juntarem ao Hamas e irem para a frente da guerra com armas nas mãos.