O PCP e o PS exigiram hoje que o Governo PSD/CDS-PP inicie a construção de uma variante à Estrada Nacional 14 (EN14) para servir os concelhos de Vila Nova de Famalicão, Trofa e Maia.
Eleitos socialistas e comunistas na Assembleia na República anunciaram hoje, em separado, a entrega de projetos de recomendação que visam a criação de uma via alternativa à EN14.
“Que o Governo estabeleça um calendário que garanta o início da obra durante o ano de 2015”, pede-se no documento que o PCP distribuiu hoje em conferência de imprensa na Trofa.
Já o PS, em comunicado, usa a expressão “caráter de urgência” para justificar esta exigência e recorda que “o projeto base se encontra concluído e aprovado, já tendo obtido a Declaração de Impacto Ambiental”.
Os socialistas acrescentam que “esta obra se encontra incluída no Relatório Final do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Valor Acrescentado, como um projeto prioritário”.
Por sua vez, o projeto de recomendação dos comunistas refere que deve ser “assegurada a ligação entre o acesso à A41, na Maia, o concelho da Trofa e a variante de Famalicão, garantindo a articulação desta via com a rede de autoestradas”.
Ambos os partidos fazem alusão à importância de uma alternativa à EN14 tendo por base o desenvolvimento e a competitividade económica da região que junta dois concelhos do distrito do Porto (Trofa e Maia) e um de Braga (Famalicão).
O PS descreve como “importante” a “captação de investimentos para a fixação de empresas e, por essa via, para a coesão económica e social”.
“Este troço insere-se num espaço territorial onde existe o maior e mais dinâmico tecido empresarial desta sub-região, com um forte pendor exportador e, assim, um forte contributo para crescimento da nossa economia e para a criação de emprego”, refere a nota do PS.
Dados veiculados pelo PCP, com base nos Censos de 2011, apontam que a atual EN14 serve diretamente cerca de quase 310 mil pessoas: 135.059 da Maia, 38.999 da Trofa e 133.832 de Famalicão.
“No eixo desta via, estão localizadas empresas que atendendo à sua dimensão, ao volume de negócios e ao número de trabalhadores que empregam constituem um elemento central para a economia da região e do país, pelo que convém dar condições, neste caso, de acessibilidades”, lê-se, por sua vez, no documento dos comunistas.
A 08 de abril, numa conferência de imprensa conjunta dos presidentes das câmaras da Maia, Trofa e Famalicão, foi referido que a EN14 serve 28 zonas industriais, onde trabalham cerca de 128 mil pessoas, representando um volume de negócios superior a 11,5 mil milhões.
Na ocasião, os presidentes das três autarquias defenderam que a requalificação das acessibilidades da EN14, prevista no Plano Estratégico de Transportes do Governo, “não era suficiente”.
Posteriormente, a 24 de abril, o Governo prometeu o investimento na EN14 através do próximo Quadro Comunitário de Apoio, no seguimento de um requerimento apresentado pelos deputados do PSD eleitos pelo Porto e Braga que manifestaram “preocupação” com o trânsito “sobrecarregado” local.
Fonte: portocanal.sapo.pt