O PCP considerou que as eleições na Venezuela reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano, saudando a reeleição de Nicolás Maduro e repudiando manobras de ingerência que procuram colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados.
O Partido Comunista Português (PCP) saudou esta segunda-feira, dia 29 de julho, a reeleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, considerando que as eleições “constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos”. Em comunicado, os comunistas destacam que os resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano.
“O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional”, lê-se no comunicado.
O partido repudiou ainda o que considera serem “manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, amplamente propagandeadas”. O PCP denuncia ações internas e externas que visam pôr em causa a legitimidade do processo eleitoral e os seus resultados, à semelhança do que se verificou em anteriores atos eleitorais por parte das forças de extrema-direita golpista.
A crítica também se estendeu à reação do Governo português, que, segundo o PCP, se alinhou com a política de ingerência dos Estados Unidos da América (EUA) e da União Europeia (UE). “O que se exige do Governo português é uma postura de respeito pela soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela e da vontade do povo venezuelano livre e democraticamente expressa nas urnas”, refere o partido.
O PCP sublinha que, no passado, houve um “rol de tentativas de golpe de Estado, sabotagem económica, operações de desestabilização e violência, campanhas de desinformação, boicote, não reconhecimento e tentativa de deslegitimação de atos eleitorais” promovidas pelos EUA e pela extrema-direita golpista venezuelana, com o suporte da UE e de governos e forças políticas portuguesas.
“O PCP insta ao fim das medidas coercivas impostas pelos EUA contra o povo venezuelano, que atingem igualmente a comunidade portuguesa na Venezuela”, afirma o partido, referindo-se ao “bloqueio económico e financeiro” e ao “roubo de milhares de milhões de ativos” da Venezuela pelos Estados Unidos e outros países, “incluindo Portugal”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos. Maduro terá obtido 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que terá ficado com pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).
Entretanto, a oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para Edmundo Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o Ministério dos Negócios Estrangeiros português considerou “necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela”. “Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa”, sublinhou o MNE.
O MNE saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela. Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) July 29, 2024