Português conquistou o seu oitavo título Challenger frente ao espanhol Carlos Taberner.
Numa final ibérica, Pedro Sousa derrotou o espanhol Carlos Taberner para conquistar o primeiro título da temporada e oitavo da carreira no ATP Challenger Tour, tornando-se no primeiro tenista português a vencer o torneio organizado pela Federação Portuguesa de Ténis com o apoio da Câmara Municipal da Maia.
A jogar a quarta final de 2020, o lisboeta de 32 anos foi um passo mais longe do que em Buenos Aires (onde jogou pela primeira vez uma final ATP), Split e Lisboa e venceu o espanhol por 6-0, 5-7 e 6-2 ao cabo de 2h06.
No último dia da última semana da época, Pedro Sousa deixou evidente a boa forma que atravessa e entrou com tudo na final: com um ténis praticamente livre de erros, somou jogos atrás de jogos para se colocar a vencer por 6-0, um resultado que espelhou o domínio verificado na primeira parte do encontro. Um dia depois de ter ganho uma meia-final de três horas, Carlos Taberner ainda encontrou forças para reagir e, com muita luta, subiu o nível e atrasou a vitória do português. A persistência do tenista espanhol foi recompensada com a vitória no segundo set e esteve perto de surtir novo efeito ao quinto jogo do último parcial, no qual teve dois pontos de break, mas tal como nos dias anteriores o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis tinha reservado para os momentos de maior aperto algum do seu melhor ténis e a partir daí retomou o controlo do encontro.
“Não podia ser melhor. Estou um pouco aliviado porque perdi quatro finais consecutivas, três em Challengers, e estava a ficar preocupado. Mas hoje felizmente consegui aguentar bem a pressão e acabei por ganhar”, revelou, em conferência de imprensa, ao lado do troféu de campeão.
Sobre o encontro, Sousa destacou a qualidade do seu arranque: “Fiz um primeiro set excelente, em que joguei praticamente perfeito, mas sabia que o encontro ia apertar porque é impossível jogar uma final e correr tudo às mil maravilhas. Ele melhorou e eu também baixei um pouco nível, com alguns nervos à mistura, mas felizmente ainda fui a tempo de ganhar o encontro.”
Apesar do desaire no encontro de atribuição do título, Carlos Taberner também fez um balanço positivo desta semana, que considerou ser a primeira da nova época: “Não é nada fácil chegar à final de um Challenger, portanto para mim este já é o primeiro torneio de 2021. Foi a minha quarta final e dá-me muita confiança para continuar com esta linha de trabalho e enfrentar com motivação as quatro semanas de pré-época que tenho pela frente.”
Satisfeito com a evolução que evidenciou numa época atípica, o espanhol de 23 anos não escondeu que parte para o novo ano a pensar em voos maiores: “No próximo ano quero continuar a subir. É nisso que me concentro todos os dias, em entrar no court e melhorar quer o meu ranking, quer as minhas pancadas. Este ano foi positivo, mas já acabou e agora vem aí o próximo. Quero competir frente a frente com qualquer jogador e gostaria de jogar o máximo de torneios ATP que conseguir.”
Chegado ao fim o segundo Maia Open consecutivo, os principais intervenientes pronunciaram-se em uníssono: quer Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, quer João Maio, diretor do torneio, falaram com satisfação da segunda edição e com ambição em relação ao futuro.
“Foi uma semana extremamente positiva, com as condições e dificuldades que todos conhecem em termos de organização. Mediante os condicionalismos que tínhamos a organização foi excelente e os patrocinadores e a Câmara Municipal, que é o parceiro principal deste evento, estão bastante contentes e com vontade de subir de patamar no próximo ano. Já era a nossa intenção no ano passado, mas devido à pandemia mantivemos o torneio neste nível, e no início do ano vamos começar a trabalhar na edição do próximo com o objetivo de o elevar a outra categoria”, referiu Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, que também falou da vitória de Pedro Sousa: “Termos um português a ganhar é gratificante para o esforço que temos desenvolvido na organização de vários torneios internacionais em Portugal para darmos mais competição aos nossos jogadores e ficamos muito contentes por haver um português a vencer este torneio pela primeira vez.”
Com feedback muito positivo quer da autarquia, quer da ATP, o diretor do torneio, João Maio, também olhou para o futuro: “A subida de nível foi tema de várias conversas ao longo da semana. Quem decide é o presidente da Câmara e ele estava extremamente entusiasmado e com vontade de subir o prize money do torneio. Não sabemos se vamos fazer um Challenger 90 ou 100, mas há vontade de o subir e nós gostaríamos que isso acontecesse. Alguns patrocinadores perceberam que o Maia Open é um excelente evento e uma boa forma de investirem porque têm retorno.”