Caros leitores,
A vida é constituída por problemas, é uma “verdade de Lapalice” pela sua evidência pois, a própria existência humana está envolta em dúvidas e questões e, consequentemente, problemas. Alguns são muito sérios e de difícil resolução, outros de carácter mais simples mas, com a dificuldade associada à própria palavra “problema”.
Quantos de nós não desejariam encontrar uma saída mágica ou milagrosa para os seus problemas? Na realidade, somos nós que devemos enfrentar a dura verdade … somos os únicos responsáveis por resolvê-los mas, insistimos em procurar soluções mágicas, milagres, algo que aconteça independente do nosso esforço.
É procurando estas soluções que aumentámos o problema, deixando-o atingir o ponto do desespero.
Existe um determinado número de pessoas ou indivíduos, na nossa sociedade, que são exímios no errado procedimento de “culpabilizar os outros” por forma a tentar resolver os seus problemas. Interiorizam na sua mente e coração que, os outros é que são os responsáveis pelo que lhes está a acontecer e, portanto, devem resolvê-los sem sequer se aperceberem que são eles próprios que devem enfrentar o problema e encontrar a respectiva solução.
Por vezes, na nossa vida mundana e condição humana, somos, inconscientemente, levados a errar. Cometemos erros (pequenos ou grandes) que, passados muitos anos, trarão as respectivas consequências. Em diversas ocasiões, por omissão da nossa parte, criamos problemas que, agora, nos atormentam e que, em vez de os enfrentamos com consciência, coragem, sensibilidade e sabedoria, ficámos chateados com nós mesmos e procurámos uma “varinha mágica” para os solucionar.
A velha frase “alguém vai ter de pagar por isso”, de quem está a montante nos organigramas das empresas e organizações, é a prova real de que quem arranjou o problema, não o vai solucionar, arranjando “bodes expiatórios”.
Também acontece com pessoas em quem confiamos, por vezes, cegamente, e que nos traem. Quantos empresários da nossa praça são vítimas de empregados desonestos em quem depositavam uma confiança total? Quantos empregados já foram abandonados “à sua sorte” por empresários, numa hora difícil e, por vezes, de extrema necessidade? Quantas pessoas que se diziam nossas amigas, colegas, confidentes e que, repentinamente, mostram a sua verdadeira face da falsidade? Quantos se entregaram, aos poucos, a vícios tais como o álcool e algumas substâncias psicotrópicas vulgus droga e, sem se aperceberem, já destruíram o seu corpo e a confiança das pessoas que os rodeiam; depois disto tudo, pergunto… que esperam depois destas atitudes? De serem perdoados, quando sabemos que o álcool e as drogas são um inimigo; como um furacão, destroem tudo por onde passam e, com o passar dos anos, a situação fica incontrolável, levando à triste sentença da violência doméstica.
O que fazer perante esta realidade? Sim, a resposta é complexa mas, nunca devemos esperar por uma solução mágica. Devemos enfrentar a verdade da vida, por vezes, com dor, e assumir a responsabilidade de que temos de recomeçar, trabalhar o dobro e refazer os nossos planos de vida; temos de lutar, sem “atirar a toalha ao chão”, sem perder a crença no ser humano, sem perder o entusiasmo pela vida. É nestas horas difíceis que descobrimos que, uma entidade superior a quem chamamos Deus, estará sempre do nosso lado e, muitas vezes, apenas Ele estará disponível para ouvir e dar forças, para se ir lutando.
Termino com uma frase famosa de Sir Winston Churchill “sucesso é a habilidade de passar de fracasso em fracasso, sem perder o entusiasmo”, assim como a não menos famosa de James Lovell, tripulante da Apollo 13 “Houston: “we have a problem”, actualmente muito usada quando queremos transmitir que algo não está conforme.
Realmente, a vida é um problema … mas as soluções não são mágicas, não aparecem do nada e, para resolvermos os problemas, temos de sentir e acreditar que apenas nós o podemos fazer.
Abraço amigo
Francisco Martins da Silva
Engenheiro e Professor do Ensino Superior