“Estávamos a preparar toda a logística de desvios e de sinalização. Isto precipitou-se. Felizmente não houve nenhum acidente grave”, afirmou António Silva Tiago.
A propósito do aluimento do piso na antiga Estrada Nacional 13 e tal com o presidente da Câmara Municipal da Maia, explicou no local aos jornalistas, a Câmara tinha conhecimento do perigo e que um desastre de grandes dimensões poderia ter lugar.
E porque é que se precipitou? Porque, segundo o coordenador do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros da Região Norte, estas infraestruturas “foram dimensionadas e preparadas com base em horizontes que eventualmente hoje já foram modificados”. O excesso de trânsito também pode ajudar ao desgaste da via e a antiga Nacional 13 é “uma estrada com demasiada solicitação, onde há muito tráfego de viaturas pesadas”.
Certamente a Câmara Municipal da Maia não será a única entidade com conhecimento da situação e, com toda a certeza, haverá um elevado nível de consciencialização para o término da vida útil do material utilizado e da inevitável necessidade de, urgentemente, se proceder à avaliação e eventual substituição destas condutas.
Felizmente, tal como já tinha acontecido em plena A41, o aluimento do piso não causou vítimas. Por sorte, tal como no caso da A41, o buraco não engoliu nenhum carro com uma família, nenhum autocarro de transporte de crianças, nem nenhum camião carregado de matérias perigosas, dos muitos que diariamente dão voltas e voltas às estradas maiatas para evitarem as portagens, que muito injustamente sitiam a Maia.
Caso, uma vez mais, a sorte não fosse um fator determinante, de quem seria a culpa?
Em parte, essa culpa seria de toda uma rede de pórticos desenhada contra a vontade dos eleitos locais, a régua e esquadro pelos governos socialistas de Lisboa e com claro prejuízo para a Maia, que leva a uma fuga para antigas estradas nacionais agora municipalizadas e mantidas a expensas dos maiatos, assim como para todas as outras vias locais. Não há dúvidas de que o desgaste mais acelerado de estruturas como a que colapsou, na antiga Estrada Nacional, está diretamente ligado às portagens.
Naturalmente todos reconhecem que a situação é injusta e insustentável, tanto pelas desigualdades causadas como pela falta de alternativas que levam a uma extorsão consentida, quilómetro a quilómetro e taxa após taxa. Por outro lado, a estes fatores somam-se ainda os custos do congestionamento das estradas não portajadas, que resultam do facto de os utilizadores demorarem mais tempo nas suas viagens do que se o sistema estivesse completamente livre. Como resultado da existência de situações de congestionamento há uma redução de velocidade dos veículos, aumentando os tempos de viagem e os custos operacionais associados.