“Portugal não tem registo de nenhum caso de gripe das aves em humanos e os focos de infeção em animais estão controlados” revelou à Lusa a investigadora do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) Raquel Guiomar.
“Em 2021 e 2022, apenas foi documentado um caso [de contágio humano] pelo Reino Unido em que essa transmissão se deu devido a um contacto prolongado e muito próximo com as aves infetadas”, relatou a responsável pelo laboratório, que faz parte das redes de vigilância da gripe da Organização Mundial da Saúde e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
Desde o dia 30 de novembro, dia em que deu sinal o primeiro caso de gripe das aves numa capoeira no distrito de Setúbal, que já foram detetados 20 focos diferentes de gripe aviária em Portugal, o que levou ao abatimento de mais de 230.000 animais. Deste total, 14 focos foram em aves domésticas, que seriam utilizadas em explorações comerciais de perus, galinhas e patos e os outros seis focos foram em aves selvagens.
Este vírus, de “alta patogenicidade”, gera uma atenção e uma preocupação acrescidas, sendo o controlo de uma possível transmissão do vírus das aves ” muito importante para limitar qualquer possibilidade de transmissão ao homem”, frisou Raquel Guiomar.
Para além disso, Raquel Guiomar fez questão de mencionar que “Esta deteção de aves infetadas pelo vírus da gripe ocorre normalmente na época do ano em que as aves fazem os seus percursos migratórios e isso está a ocorrer agora a nível da Europa”.