Portugal saiu hoje do “clube” das 10 economias com maior probabilidade de entrar em incumprimento num horizonte de cinco anos, segundo dados da S&P Capital IQ. Foi ultrapassado por El Salvador, que ocupou essa ultima posição, com um risco de 27,28%. A diferença que separa o risco dos dois países é muito pequena. Também a Grécia viu, hoje, a sua posição de risco melhorada, descendo para a 9ª posição no referido “clube”.
Portugal entrou no referido clube em 22 de Abril de 2010 com uma probabilidade de incumprimento de 21,5% e logo para a nona posição. As yields da dívida a 10 anos registavam, então, 5,1%, um valor mais baixo do que o actual.
É a segunda vez desde o início do plano de resgate em maio de 2011 que Portugal sai do “clube”. A primeira foi a 21 de maio passado, duas semanas depois de o IGCP – a agência de gestão da dívida – ter realizado a emissão de dívida a 10 anos, a segunda operação de “regresso aos mercados” obrigacionistas em 2013.
No entanto, regressou, logo, ao “clube” a 24 de maio, de onde só voltou a sair agora. O “efeito Bernanke”, com o anúncio a 22 de maio de um processo de redução dos estímulos monetários pelo banco central norte-americano, a Reserva Federal, alterou as regras do jogo da política monetária mundial e teve impacto nos mercados da dívida soberana das economias emergentes e dos periféricos do euro.
Outro movimento significativo a registar hoje foi a redução da probabilidade de bancarrota grega num horizonte de cinco anos que desceu para 33,15%, o que levou a que a Grécia baixasse do oitavo para o nono lugar no “clube” das 10 economias com maior risco de default da sua dívida. As yields das obrigações gregas a 10 anos mantêm-se em torno de 8,3%.
O custo mais baixo dos cds para a dívida a cinco anos entre os países periféricos da zona euro continua a registar-se na Irlanda, com um preço de 125,16 pontos base, bastante inferior ao de Itália (200 pontos base) e mesmo ao de Espanha (169,62 pontos base). Também as yields das obrigações irlandesas a 10 anos no mercado secundário são as mais baixas no grupo periférico: 3,5% contra 4% para Espanha, 4,12% para Itália, 6,11% para Portugal e 8,3% para a Grécia.
No “clube da bancarrota”, Chipre encontra-se em 2º lugar com um risco de incumprimento de cerca de 53%, logo depois da Argentina, que apesar de ter ganho tempo em Nova Iorque na semana passada no seu conflito jurídico com os fundos abutre, continua com uma probabilidade de bancarrota superior a 69%.
O referido “clube”, por ordem decrescente conta com: Argentina (a liderar desde 17 de maio de 2013 quando a Grécia desceu para a 3ª posição), Chipre, Venezuela, Porto Rico (associado aos Estados Unidos), Ucrânia, Paquistão, Egipto, Estado do Illinois (EUA), Grécia e El Salvador.
Fonte: expresso.pt