Carlos Silvino, o principal arguido do processo Casa Pia, mais conhecido pela alcunha “Bibi”, saiu da prisão no passado sábado, dia 16 de julho, onde esteve a cumprir 12 anos de pena efetiva por crimes de abuso sexual de crianças, tornando-se assim no último arguido do caso a sair em liberdade.
Segundo o Correio da Manhã, Carlos Silvino saiu do estabelecimento prisional da Carregueira, em Sintra, acompanhado pelo seu advogado e disfarçado com um boné, uns óculos escuros e duas máscaras de proteção.
Carlos Silvino, de 65 anos, ficará agora em liberdade condicional, depois de ter cumprido 12 anos e meio dos 15 a que tinha sido condenado (a sentença inicial era de 18 anos, mas acabou por ser reduzida pelo Tribunal da Relação de Lisboa). “Bibi” será redirecionado para uma instituição de apoio social, uma vez que a sua casa foi arrestada para o pagamento de indemnizações às vítimas da Casa Pia.
O caso Casa Pia foi um escândalo que chocou o país em 2002, com as revelações de vários alunos da instituição que diziam ter sido vítimas de abusos repetidos de funcionários e até figuras públicas. Em novembro do mesmo ano, Carlos Silvino foi detido.
Durante o julgamento, que durou cerca de seis anos nos tribunais, Silvino chegou a assumir que durante 30 anos abusou de inúmeros menores e que os levou a outras casas onde sofriam abusos por mais homens. Mais tarde, negou que tal teria acontecido.
“Bibi” foi então condenado, assim como o apresentador de televisão Carlos Cruz, o médico Ferreira Dinis, o embaixador Jorge Ritto, o advogado Hugo Marçal e o antigo provedor Manuel Abrantes. A pena de “Bibi”, que foi condenado por mais de 180 crimes, foi a mais pesada, tendo sido a última a terminar.