É com indignação e estupefacção que recentemente na primeira pessoa deparei-me com este assunto.
Prometo aos meus caros leitores que desta vez serei breve e directa.
Ora então o caso é o seguinte, por estes dias levei os meus dois filhos, uma menina e um rapaz à habitual consulta de pediatria, falamos um pouco de tudo, entre outras coisas da vacina contra o papilomavírus humano. Como é do conhecimento de todos esta vacina consta no programa nacional de vacinação e é administrada única e exclusivamente às meninas, como forma de prevenção do cancro do colo do útero. Acontece que a mesma vacina existe para o sexo masculino, sendo que tem a mesma eficácia actuando contra os tipos, 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52, 58, tipos directamente relacionados com o cancro do pénis, pelo que a vacinação torna-se fundamental na prevenção do mesmo.
Acontece que se para as meninas a vacina é gratuita, para os meninos não o é, pelo que cada dose custa 145,34 euros sendo necessárias três doses sem que haja qualquer tipo comparticipação.
Aqui sim, levantam-se questões graves de igualdade de género com implicações directas na saúde pública.
Relembro que estamos perante um estado que recentemente recomendou a retirada de livros infantis por estes serem alegadamente sexistas.
Seria interessante perceber o que diria a comissão para a igualdade de género relativamente a este assunto.