O estudo inquiriu mais de 40 mil pessoas em 27 países da Europa.
Em Portugal, 88% das pessoas acreditam que existe corrupção dentro do próprio governo e 41% pensam que aumentou nos últimos 12 meses. No que ao combate à corrupção diz respeito, 60% da população portuguesa diz que o governo é ineficiente e 63% defende que o governo sofre influências indevidas de pessoas com grande poder político e/ou económico.
O estudo é da Global Corruption Barometer divulgado esta terça-feira, 15 de junho, pela Transparency International. Os resultados da pesquisa de opinião, representativa ao nível nacional e europeu, baseiam-se em inquéritos a 40 mil pessoas de 27 países da Europa.
“Estes resultados deveriam ser um alerta para os governos nacionais e para as instituições da União Europeia. A corrupção está a minar a confiança do público e os decisores políticos precisam de ouvir as preocupações do público”, defende Michiel van Hulten, diretor da Transparency International EU, citado em comunicado.
“Há muito que pode ser feito no imediato para remediar estes problemas, tais como aumentar a transparência no lobbying – tanto a nível da União Europeia, como a nível nacional –, e combater a evasão fiscal. Além disso, as políticas da União Europeia para proteger os denunciantes e combater o branqueamento de capitais devem ser efetiva e rapidamente transpostas para o direito nacional”, acrescenta.
Os deputados e parlamentos nacionais são as instituições com pior imagem na Europa no que toca à corrupção. E Portugal não é exceção, com 27% dos inquiridos a considerar que a maioria dos parlamentares “são corruptos ou facilitadores da corrupção”.
Subornos e “cunhas” para aceder a serviços públicos
Embora apenas 3% dos inquiridos portugueses tenha declarado ter subornado alguém para ter acesso a serviços públicos, 48% admitiu ter-se valido de conhecimentos pessoais para lá chegar, sobretudo para ter benefícios em instituições escolares públicas (46%), serviços de saúde (43%), serviços de documentos de identificação (42%), Segurança Social (49%) e polícia (39%).