A construção do Fuse Valley em Matosinhos, um investimento conjunto de 200 milhões de euros entre a Castro Group e a Farfetch, permanece em curso apesar das dificuldades financeiras da retalhista de e-commerce.
A Castro Group, responsável pelo projeto Fuse Valley em Matosinhos, garantiu ao Porto Canal que a iniciativa continua a avançar, encontrando-se na fase final do processo de licenciamento do loteamento, aguardando a aprovação “a qualquer momento”. Este desenvolvimento ocorre apesar das profundas dificuldades enfrentadas pela Farfetch, parceira no investimento.
Segundo o grupo imobiliário, citado pelo mesmo canal, continuam a trabalhar ativamente no projeto e, apesar dos desafios, permanecem firmes nos seus princípios fundamentais. A ambição do Fuse Valley é transformar Matosinhos na “Nova Califórnia” portuguesa, focando-se num centro de inovação tecnológica que promete não ser afetado pela crise que abalou a Farfetch.
A Farfetch, fundada por José Neves, planeava ocupar sete dos 24 edifícios do Fuse Valley. No entanto, a recente crise financeira da empresa, que incluiu perdas de 258 milhões de euros entre abril e junho de 2023 e uma perda de capitalização bolsista de 382 milhões de euros em novembro, lançou incertezas sobre o projeto. Apesar disso, a Castro Group reafirma o seu compromisso com o empreendimento, descrevendo-o como uma iniciativa de grande atratividade para Matosinhos e toda a região norte.
“Assim que obtivermos a aprovação do loteamento, continuaremos a avançar com a mesma dedicação e empenho, seja no modelo de negócio atual ou em outro que melhor responda aos desafios presentes”, sublinhou a empresa, frisando a importância estratégica do projeto.
O Fuse Valley, idealizado há cinco anos, continua a ser relevante e alinhado com as necessidades atuais do mercado, destacando-se pela inovação, sustentabilidade e flexibilidade. O projeto prevê a criação de 12 mil postos de trabalho qualificados nos setores terciário e tecnológico, reforçando o desenvolvimento económico do concelho.
Além dos escritórios, o empreendimento inclui uma unidade hoteleira com 75 quartos e 42 apartamentos, um espaço de 12 mil metros quadrados junto à EN14 (Via Norte), 5 mil metros quadrados para comércio e serviços, como restaurantes, ginásio, spa e um anfiteatro ao ar livre para eventos culturais.
Em março, durante o evento imobiliário internacional MIPIM, Paulo Castro, diretor executivo da construtora, indicou 2027 como a data prevista para a conclusão da primeira fase do projeto, caso a obra tivesse início este ano. No entanto, até ao momento, o projeto ainda não saiu do papel.