A Câmara Municipal em parceria com o ACES Maia/Valongo, vai realizar a todas as crianças inscritas nas unidades de saúde da Maia, que tenham 4 anos de idade, um rastreio para despistar eventuais problemas visuais que impliquem, mais tarde, dificuldades de aprendizagem.
A informação adiantada pela Vereadora da Saúde, Emília Santos, refere que a ambliopia é um reconhecido problema de saúde pública, sendo considerada a causa mais frequente de perda de visão monocular entre os 20 e 70 anos. Admite-se que a sua prevalência nos países desenvolvidos, varia entre 1 e 5%.
A morbilidade associada à ambliopia não se limita à diminuição da acuidade visual; mas inclui também prejuízo de outras capacidades da função visual com consequências definitivas na vida quotidiana.
As alterações motoras oculares com diminuição da velocidade de leitura, colocam o doente ambliope em desvantagem relativamente ao sucesso escolar e profissional, tendo concomitantemente alterações psico-sociais, com diminuição de auto estima e auto- confiança.
É sabido que a ambliopia se instala desde idades precoces, sendo uma alteração que cursa de forma assintomática, já que as crianças não exibem sinais clínicos nem verbalizam queixas; uma vez que a ambliopia é quase sempre unilateral, também não se observam alterações comportamentais capazes de fazer suspeitar da sua presença.
O ACES Maia/ Valongo já procedeu a este rastreio em crianças com 2 anos e em breve irá submeter as crianças de 4 anos ao mesmo diagnóstico, crianças estas que, na sua maioria, já frequentam o pré-escolar.
O método de rastreio a utilizar, assente numa tecnologia inovadora e inócua de foto-rastreio, permite identificar os erros refrativos com potencial ambliogénico, o centramento dos reflexos pupilares de forma a eliminar a presença de estrabismo e ainda a presença de alterações obstrutivas do eixo visual, como a ptose, os leucomas ou as cataratas.
O papel do hospital é fundamental na leitura dos exames de rastreio e na garantia do tratamento atempado de todos os casos identificados com essa necessidade.
Com esta metodologia, centrada nos cuidados primários de saúde, evita-se as consequências irremediáveis de diagnósticos tardios, muitas vezes associadas a dificuldades de aprendizagem.
Em breve será celebrado protocolo com a ARS Norte.