O Sindicato dos Enfermeiros alerta para a crescente preocupação com a crise de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), evidenciada pelos recentes problemas nos hospitais de Penafiel e Algarve, e pede respostas concretas por parte da tutela.
A escassez de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a ser uma realidade, com reflexos particularmente preocupantes em hospitais como os de Penafiel e Algarve. De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros (SE), a situação tende a agravar-se com a aproximação do período de férias. “Mais um ano se passou e a tutela não conseguiu solucionar a falta de recursos humanos no SNS”, salienta Pedro Costa, presidente do SE.
O sindicato chama a atenção para a persistência deste problema que se repete ciclicamente, agravando-se especialmente durante o inverno e o verão. A situação é exacerbada pelo subdimensionamento de recursos humanos face às necessidades reais dos serviços e das unidades hospitalares.
O SE defende a contratação de mais profissionais de saúde, em detrimento da dependência excessiva de horas extraordinárias e de enfermeiros temporários. Esta abordagem, argumenta Pedro Costa, promoveria maior dinamismo nas equipas e melhor conhecimento dos serviços.
Pedro Costa também relata a dispensa de 40 enfermeiros pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, uma decisão que considera “incompreensível” dada a atual situação do SNS. Em paralelo, aponta para as dificuldades de acesso aos Cuidados de Saúde Primários (CSP), que obriga os pacientes a recorrerem frequentemente às urgências.
O presidente do SE enfatiza a necessidade de reestruturar os CSP e adaptar os seus horários de funcionamento às necessidades dos utentes. Adicionalmente, o sindicato aguarda o retomar das negociações com o Ministério da Saúde, para levar estas questões à discussão.