A Red Bull Air Race 2017, agendada para 2 e 3 de setembro, pode não realizar-se dado a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) não reconhecer ao Aeródromo Municipal da Maia capacidade prestadora de serviços de tráfego aéreo.
A revelação foi feita à agência Lusa pelo diretor do aeródromo, Pedro Barros Prata, depois de no início da semana a ANAC ter informado por carta da decisão de não validar “a repetição da prestação de serviços verificada nas anteriores edições”, nas quais o aeródromo funcionou como base operacional da prova.
Na carta a que a Lusa teve acesso, a ANAC lembrou o “regulamento europeu 1070/2009, de 21 de outubro, de prestação de serviços de navegação aérea no céu único europeu” que define dever este “ser este objeto de certificação”.
Advertiu a ANAC que a violação do disposto neste artigo “constitui uma contraordenação aeronáutica civil muito grave”, facto que motivou Pedro Barros Prata a admitir à Lusa “nada poder fazer para alterar a decisão” da entidade reguladora.
Gerido pela Câmara da Maia e já com “quase todos os aviões que vão participar na prova lá estacionados”, segundo o diretor, “não existe nem capacidade financeira nem tempo para dotar o aeródromo da capacidade exigida por lei”.
Para que passe a estar certificado, explicou o responsável, o aeródromo de Vilar da Luz teria de possuir “um manual aprovado pela ANAC, investir mais de 200 mil euros em material meteorológico e de comunicação e formar pessoal, o que levaria, entre quatro e seis meses”.
“Sem contrapartidas financeiras além da visibilidade que o evento confere ao aeródromo, onde as aeronaves ficariam estacionadas entre treinos e competição”, o aeródromo, segundo Pedro Barros Prata, “não tem, de momento, capacidade para um investimento dessa dimensão”.
Segundo um comunicado posteriormente enviado pela organização à Lusa “a organização confirma estar tudo bem porque está em estreita colaboração coma a ANAC e com todas as entidades envolvidas”, informando que “a não certificação do aeródromo para prestação de serviços de tráfego aéreo não impede a sua utilização”.
Nesse mesmo comunicado pode ler-se que: “além disso, apenas três das 18 aeronaves utilizarão o aeródromo da Maia como base para o evento”, sem divulgar qual a alternativa encontrada para o parqueamento das restantes aeronaves, por agora todas estacionadas no aeródromo de Vilar da Luz, na Maia.
Fonte: jn.pt
Foto: /redbullairrace