Visivelmente emocionado, Rui Moreira, lembrou o pai e afirmou que a pronúncia do caso é “um insulto e uma infâmia”.
“Considero um insulto e uma infâmia que se possa pôr a hipótese de eu ter beneficiado a minha família, para mais num assunto em que a minha família perdeu os terrenos a favor da Câmara, como toda a gente sabe. E isso sucedeu neste meu mandato”, reagiu esta terça-feira, dia 18 de maio, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto.
“Não ignoro a existência do processo, por isso quero deixar bem claro, em particular àqueles que há muito me tentam afastar dos portuenses, que este processo não interferirá na minha avaliação sobre a minha recandidatura a presidente da CMP. Isso seria uma traição a tudo aquilo em que acredito, bem como àqueles que sempre me apoiaram”, garantiu.
“Desiludam-se os que pensam que este processo me afasta de continuar a lutar pela cidade que amo, sempre na defesa dos altos valores que nos caraterizam. Tal como muito portuense, sou cioso da minha integridade e do meu bom nome, que tentam vilipendiar”, continuou Rui Moreira, recordando então “o exemplo” do pai, “hoje, no preciso dia do seu nonagésimo aniversário”.
“Sofreu na pele uma perseguição terrível, venceu sem nunca se ter vitimizado, sem nunca ter perdido o amor pela cidade. É a memória dele e da sua coragem que me inspira nestas provações. Posso assegurar que aguentarei inabalável, como o granito, pois acredito que a justiça prevalecerá e a justiça chegará um dia”, afirmou.
“É absolutamente inequívoco que não tive qualquer participação, nem tomei direta ou indiretamente qualquer decisão que alterasse a posição do município”, explicou: “Tudo o que respeita à relação do município com a Selminho teve início em 2006 e o processo teve início em dezembro de 2010, muito antes de eu ser presidente da Câmara e numa altura em que eu nem sequer equacionava tal hipótese. A posição do município foi definida por essa altura e não foi por mim alterada”.
“Nada de novo resulta desta decisão. Lamento-a, porque sei que a acusação não tem qualquer fundamento. Procurei evitar o prolongamento do processo, sem recorrer a qualquer expediente dilatório, entendendo que o mesmo tinha custos desnecessários”, rematou Rui Moreira.