No dia em que foi alvo de buscas no âmbito da investigação sobre a utilização de verbas do Grupo Parlamentar do PSD para supostos pagamentos a funcionários do partido, Rui Rio só terá aberto a porta aos inspetores da Polícia Judiciária cerca de três horas após a sua chegada, segundo o jornal Observador. Alegou estar a dormir profundamente.
De acordo com o Jornal de Notícias, os investigadores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) chegaram à residência do ex-líder do partido por volta das 7 horas, no dia 12 de julho. Tocaram à campainha e bateram à porta, mas tiveram que esperar até quase às 10 da manhã para que Rui Rio abrisse a porta. Segundo relata este jornal, que corrobora a versão do Observador, o ex-presidente do PSD afirmou não ter ouvido os inspetores pois estava a dormir profundamente e usava um dispositivo auxiliar de sono.
Cerca de três horas após a chegada dos inspetores, os jornalistas começaram a aparecer no prédio onde Rio reside, e o próprio deslocou-se para uma varanda e falou com a imprensa.
Enquanto isso, as buscas decorreram normalmente e os inspetores apreenderam o conteúdo de um estudo que estava no computador de Rio, bem como seu telemóvel.
Em várias regiões do país, em equipas de quatro ou cinco inspetores em cada uma das 20 buscas simultâneas, os investigadores recolheram elementos de prova para a investigação.
As suspeitas envolvem o uso indevido de cerca de 200 mil euros de subvenção estatal, atribuída ao Grupo Parlamentar do PSD para pagar os serviços de cerca de dez assessores na Assembleia da República entre 2018 e 2021. Esses pagamentos supostamente foram usados para cobrir os salários de colaboradores que, na realidade, trabalhavam para o partido.
O Correio da Manhã afirmou que a denúncia que deu origem às buscas partiu de funcionários do PSD e a investigação durava há um ano.