O jornalista Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, foi condenado a 16 anos de prisão por espionagem. Um tribunal de Yekaterimburgo anunciou a sentença pouco depois das 15h, hora local.
O jornalista americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal (WSJ), foi condenado a 16 anos de prisão por espionagem. O tribunal de Yekaterimburgo anunciou o veredito nesta sexta-feira, 19 de julho, pouco depois das 15h, hora local. As autoridades russas, através da agência estatal TASS, informaram antes do julgamento que pediam uma pena de 18 anos para Gershkovich.
Evan Gershkovich, o primeiro jornalista americano a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria, foi acusado de espiar para a CIA. No entanto, as autoridades russas nunca apresentaram publicamente provas para sustentar as acusações. A detenção ocorreu durante uma reportagem em março de 2023, em Yekaterinburg.
A conclusão rápida do caso, que incluiu argumentos finais e as declarações de Gershkovich à porta-fechada, aconteceu poucas semanas após o início do julgamento, a 26 de junho. Naquele dia, Gershkovich apareceu numa jaula de vidro com a cabeça recentemente rapada, sorrindo ocasionalmente e acenando para os jornalistas presentes.
O jornalista foi mantido na prisão Lefortovo em Moscovo, onde passou quase todas as horas do dia numa pequena cela, com direito a apenas uma hora de caminhada diária. Segundo os seus pais, em entrevista ao WSJ, ele passava o tempo a escrever cartas para amigos e familiares.
Desde a sua detenção, o governo dos EUA e o Wall Street Journal negaram veementemente as acusações. O Departamento de Estado dos EUA designou Gershkovich como detido injustamente e pediu sua libertação imediata.
Numa entrevista em fevereiro com o apresentador americano Tucker Carlson, o presidente russo Vladimir Putin sugeriu que “um acordo pode ser alcançado” com os Estados Unidos para libertar Gershkovich, aludindo ao caso de um nacional russo condenado por um assassinato em Berlim em 2019.