No final de fevereiro as autoridades chineses proibiram a venda e o consumo de animais selvagens como medida para melhorar a segurança alimentar. A cidade de Shenzhen decidiu ir mais longe e alargou a proibição a cães e gatos.
O surto do novo coronavírus está a fazer com que a China procure melhorar a segurança alimentar dos seus cidadãos, proibindo a venda e o consumo de animais selvagens.
Os cientistas desconfiam que o vírus terá passado de animais para humanos. Tal como em 2002, ano em que surgiu o surto da pneumonia atípica, ou SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), no final de 2019, a Covid-19 apareceu inicialmente em trabalhadores de um mercado que vendia animais selvagens.
Shenzhen, a cidade onde estão a ser produzidos ventiladores para serem usados no hospital de São João, através de uma parceria com uma empresa local dinamizada pela Câmara do Porto, é uma das mais prósperas da China e estendeu as proibições no consumo de carne, de forma permanente, a cães e gatos.
“Os cães e gatos estabeleceram uma relação muito mais próxima com os seres humanos do que todos os outros animais, e proibir o consumo de cães, gatos e outros animais de estimação é uma prática comum em países desenvolvidos e em Hong Kong e Taiwan”, referiu o governo de Shenzhen em nota citada pela Reuteurs.
“Esta proibição também responde à demanda e espírito da civilização humana”, sublinhou o governo da cidade.
Inicialmente a cidade pretendia proibir igualmente o consumo de tartarugas e sapos, muito apreciados no sul da China, mas o tema mostrou-se muito “controverso”, tendo sido esclarecido que podem continuar a ser consumidos.
Esta lei pode entrar em vigor já no próximo dia 1 de maio.
A carne de cão em particular é consumida em várias partes da Ásia
Há já vários anos que a proibição do consumo de carne de cão é exigida por várias organizações ativistas. O festivl Yulin Dog Meat em particular, tem sido alvo de vários protestos. Trata-se de um evento em Yulin, Guangxi, China, onde milhares de cães são mortos, alguns esfolados ou cozidos ainda vivos, para serem consumidos.
Este festival teve a sua primeira edição em 2009.
São mortos cerca de trinta milhões de cães por ano, em toda a Ásia, para consumo de carne, segundo a Humane Society International, avançou a BBC.