O Salão Nobre da Câmara Municipal da Maia foi o palco escolhido para a Conferência “Estratégia Local, Mudança Global – A Maia pelo Clima”. Um painel de personalidades ligadas diretamente ao tema “ambiente” foram convidados a falar sobre a área em que atuam e, assim, sensibilizar a plateia para algumas questões determinantes nesta temática do clima. No fim da conferência, foi ainda inaugurada a Exposição Digital Interativa sobre esta temática.
Marcada para as 10.30h desta quinta-feira, a sessão foi inaugurada pelo Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago. O Presidente afirmou a importância do compromisso de toda a comunidade nesta temática e sublinhou que “as alterações climáticas não podem ser negligenciadas ou consideradas um problema a resolver no futuro”. O autarca reforçou as políticas que o município tem vindo a implementar para tornar a cidade mais ecológica e destacou a importância dos maiatos: “Só será possível se trabalharmos em cooperação”.
Antes de passar a palavra aos oradores convidados, António Silva Tiago aproveitou para informar que, neste sentido de tornar as cidades mais verdes, a Maia concorreu ao programa Horizonte 2020 e obteve investimento para investir em três zonas da cidade. Durante os próximos anos, as zonas de Paços do Concelho, Tecmaia e Urbanização do Sobreiro serão reforçadas com infraestruturas que vão permitir à cidade ter uma maior sustentabilidade.
Moderado por Aline Guerreiro, vogal na Direção Nacional da Quercus, o painel de convidados foi inaugurado por Pedro Macedo. Membro do grupo de investigação em Alterações Climáticas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o orador concentrou a sua intervenção na importância da educação para a sustentabilidade referindo vários projetos do Município da Maia neste sentido, desde os anos 90. Pedro Macedo destacou a importância de “vivermos dentro dos limites planetários” e terminou afirmando que “se não houver uma transformação dos comportamentos em 10 anos, vamos colocar o planeta em causa”.
Cristina Calheiro, investigadora no CIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto, foi segunda neste painel direcionando a sua intervenção para a gestão da água nas cidades. As “cidades impermeáveis” são uma realidade que os municípios e o poder político no geral devem contrariar. Soluções baseadas na natureza levarão a “cidades esponja” onde será possível ter água disponível para quando há seca mas também haverá estruturas para impedir inundações: “Vamos pensar no que as plantas podem fazer por nós”.
A terceira intervenção ficou a cargo de Beatriz Castiglione, atualmente a trabalhar na Associação Nacional de Coberturas Verdes. Na opinião da oradora, coberturas verdes, ou seja, vegetação em edifícios, trarão melhorias na qualidade do ar, na redução das ilhas de calor, na diminuição do ruído, entre outras. Beatriz Castiglione garante que existem já várias coberturas verdes em Portugal mas que “as coberturas verdes são apenas uma peça de uma estratégia mais amplas”.
O último discurso foi da responsabilidade de Paula Castro, atualmente a atuar na área da biotecnologia ambiental. Concentrando-se na importância do solo, a oradora destacou o trabalho de reflorestação que tem vindo a fazer em solos contaminados. “Precisamos de plantas mas também precisamos dos microrganismos do solo” – Paula Castro referiu a importância dos fungos na biodiversidade no sentido de confirmar a eficácia da reflorestação quando estes dois elementos são combinados.
A conferência “Estratégia Local, Mudança Global – A Maia pelo Clima” terminou com a intervenção da Vereadora do Ambiente, Marta Peneda, a destacar “a importância dos jovens como agentes de mudança”.
Aquando do fim da conferência decorreu ainda a inauguração da Exposição Digital Interativa sobre este tema que estará ao dispor da comunidade Maiata até dia 23 de maio no átrio da Torre do Lidador.