O intérprete de Língua Gestual Portuguesa (LGP) fará a mediação entre o profissional de saúde e o utente surdo.
Na conferência diária da Covid-19 desta quarta-feira, dia 22 de abril, António Lacerda Sales revelou que a linha de telefone do Serviço Nacional de Saúde dispõem agora de uma plataforma que irá permitir à comunidade surda comunicar com estes profissionais. O serviço funcionará de segunda a domingo durante as 24 horas do dia e terá, para já, 6 intérpretes a trabalhar neste sentido.
Este contacto será feito através de videochamada, acessível no website do SNS 44, e ligará o cidadão surdo a um intérprete de LGP que fará a mediação entre a pessoa surda e o profissional de saúde. A comunicação entre o intérprete e o profissional de saúde tem também uma plataforma criada para essa funcionalidade.
Além de garantir o acesso dos cidadãos surdos à Linha SNS 24, esta funcionalidade pode também ser usada para assegurar a comunicação entre os profissionais de saúde e o doente surdo durante o internamento hospital ou em situação de isolamento profilático, no caso de infeção de Covid-19.
António Lacerda Sales explicou que este serviço resulta de uma parceria entre o Instituto Nacional para a Reabilitação, a Federação Portuguesa da Assoçiação de Surdos, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Luís Gois Pinheiro, presidente da SPMS, também prestou declarações na conferência de imprensa e acrescentou que este serviço poderá ser usado por todos os cidadãos surdos mas também pelos hospitais e centros de saúde que, perante um cidadão surdo, poderão agora comunicar de forma clara com a ajuda desta mediação.
“Uma funcionalidade que vem equilibrar as diferenças que muitas vezes existem entre os cidadãos surdos e os cidadãos que não são surdos”, concluiu o presidente da SPMS.
SNS 24 recebe 8 mil chamadas diárias
António Lacerda Sales lembrou que a Linha SNS 24 “continua a ser um suporte importante na resposta nacional à Covid-19” e tem recebido diariamente cerca de 8 mil chamadas. Um número que, segundo o secretário de estado, “mostra uma tendência de estabilização de acordo com a fase epidemiológica em que estamos”.
“Este é um serviço que se tem reinvientado e que continua a melhorar as suas respostas”, concluiu acrescentado o tempo de espera para atendimento neste serviço é hoje “inferior a 1 minuto”.