Segundo o balanço divulgado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) na terça-feira, dia 2 de maio, o incumprimento dos tempos máximos de espera para primeiras consultas em oncologia e cardiologia atingiu níveis recorde no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No final do ano passado, 70% dos pacientes que aguardavam pela primeira consulta para confirmar a suspeita de doença oncológica tiveram de esperar mais tempo do que o previsto por lei e 85% dos utentes que aguardavam pela primeira consulta de cardiologia já ultrapassaram o limite legal.
Segundo a ERS, esta foi a maior espera já registada desde a primeira monitorização em 2018. A tendência agravou-se para os doentes com maior nível de prioridade. Nestes casos, a taxa de incumprimento rondava os 85% na oncologia e os 100% na cardiologia.
No final do ano, um quarto dos pacientes com cancro e metade dos pacientes com problemas cardíacos que aguardavam cirurgia já tinham ultrapassado o prazo máximo de espera estipulado por lei.
É importante lembrar que a oncologia e a cardiologia são as patologias que mais causam mortes em Portugal.
Este estudo abrange apenas as primeiras consultas hospitalares agendadas a pedido dos cuidados de saúde primários, devido a impedimentos decorrentes dos sistemas informáticos dos hospitais que impediram a monitorização de consultas decorrentes de pedidos internos ou externos de hospitais, que equivalem a 43% das consultas realizadas nos hospitais públicos.