Estão planeados cortes salariais agravados e rescisões amigáveis como contrapartida de planos agressivos de despedimento coletivo.
Isto é histórico”, é assim que a administração da TAP e o ministro Pedro Nuno Santos classificam os “acordos de emergência” assinados com todos os sindicatos da companhia, incluindo o SITAVA, afeto à CGTP, e que pressupõem cortes salariais agravados e rescisões amigáveis como contrapartida de planos agressivos de despedimento coletivo. Os chamados “acordos de emergência” são a condição necessária para evitar a suspensão imediata da contratação coletiva pelo facto de a TAP ser uma empresa “em situação económica difícil, e permitir a execução do plano de reestruturação, que está ainda em processo de negociação em Bruxelas, num contexto de paz social.
As negociações entre a TAP e os vários sindicatos da companhia decorreram nas últimas três semanas, intensificando-se à medida que se aproximava o fim do prazo definido para uma negociação.
Segundo o Eco, inicialmente, o Governo e a TAP acreditavam ser possível negociar com o SPAC (que representa 1243 pilotos) e o SNPVAC (que representa 2471 tripulantes), mas admitiam ser difícil um acordo com o SITAVA (791 trabalhadores de aviação e aeroportos) e o SITEMA (723 técnicos de manutenção de aeronaves). Estes, somados aos cerca de 2550 trabalhadores não filiados, contam cerca de 7800 trabalhadores da TAP. Mas à medida que as negociações avançavam, e particularmente depois de ser claro que o sindicato dos pilotos fecha um acordo, as perspetivas mudaram, para melhor.
O sindicato dos pilotos aceitou cortes salariais acima dos 25% para proteger emprego e o sindicato dos tripulantes aceitou um modelo de part-time que começa já com um horário reduzido a 85%, a que se somam os cortes de 25% no salário. Em ambos os casos, o que está previsto é a redução das medidas acrescidas ao corte salarial inicialmente previsto ao longo dos próximos quatro anos. A TAP dá a contrapartida de redução do número de trabalhadores dispensados.
Os trabalhadores da TAP vão ter um corte nos salários apenas a partir dos 1330 euros, em vez dos 900 euros inicialmente previstos.