A TAP pretende retomar a atividade com 71 rotas a partir de Lisboa e apenas 3 ligações com partida do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia.
A TAP, empresa da qual o Estado é dono de 50% do capital, prevê retomar a operação a partir do próximo dia 18, mas vai fazê-lo de forma gradual e diferenciada nos vários aeroportos nacionais, colocando o foco da operação exclusivamente em Lisboa. Um documento interno da companhia, citado pela RTP, e que está ainda a ser concluído, admite uma redução significativa do número de rotas a partir de outros aeroportos e principalmente do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Com estas alterações, o Sá Carneiro terá somente mais um voo do que o previsto para o aeroporto de Ponta Delgada, nos Açores. A companhia aérea portuguesa pretende, para este ano, uma redução de 63% dos voos com origem no Norte do país.
Ao longo dos últimos dias, tanto o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, como Nuno Botelho, líder da Associação Comercial do Porto, tinham expressado publicamente o receio de que a TAP centrasse as suas operações em Lisboa, em detrimento do resto do país e principalmente em prejuízo do aeroporto localizado na Maia.
A Presstur, uma agência de notícias sobre viagens e turismo, avançou entretanto que a TAP “já tem nos sistemas de reservas um calendário de “desconfinamento”, programado para o período entre 18 de maio e 4 de julho”. Neste plano, os voos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro serão apenas com destino ao Funchal, Londres e Paris.
Também a ponte aérea entre Porto e Lisboa deverá sofrer uma quebra de quase 50%, ficando com sete voos diários em vez dos 13 que se registavam em 2019.
Mais dinheiro público na TAP
“Sem intervenção pública, a TAP não tem qualquer possibilidade de sobreviver. A nossa missão será salvar a TAP e não um acionista em particular”, declarou publicamente o ministro Pedro Nuno Santos. O Ministro das Infraestruturas disse ainda que o empréstimo de 350 milhões de euros com aval do Estado não chega para resolver problema da TAP.
A empresa que já tem dívida de 800 milhões de euros e está atualmente com a atividade toda parada, sem perspetivas de recuperação do negócio.
Miguel Frasquilho, chairman do grupo TAP, confirmou que a empresa pediu apoio e benefícios fiscais extraordinários ao Estado.
TAP está em lay-off mas paga complementos para os salários mais elevados
A TAP terá trabalhadores a receber mais de 1.905 eurosem lay-off, o limite máximo comparticipado pela Segurança Social. Para isso a companhia, que já pediu auxilio ao estado, vai pagar um complemento para os salários mais elevados não baixarem muito.
Os funcionários da TAP vão permanecer em lay-off pelo menos até ao final de maio. 90% dos funcionários da companhia estão com a atividade completamente parada e os outros 10% com redução de horário.