Tiago Mayan, presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, anunciou a sua demissão após confessar ter falsificado assinaturas numa ata do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense.
O caso de Tiago Mayan, ex-candidato presidencial e atual presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, conheceu novos desenvolvimentos esta sexta-feira, após Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, ter manifestado “repúdio total” perante as acusações de falsificação de assinaturas feitas contra Mayan. Em declarações aos jornalistas, Rui Rocha anunciou ainda o início de um processo disciplinar para apurar responsabilidades.
“Quero manifestar aqui o repúdio total pelos factos de que tivemos conhecimento e que são imputados ao Tiago Mayan. São factos graves; as notícias que temos e que tive conhecimento apenas ontem imputam condutas inaceitáveis ao senhor Tiago Mayan”, afirmou Rui Rocha, citado pelo Notícias ao Minuto. Acrescentou ainda que, do ponto de vista criminal, “ninguém está acima da lei, muito menos alguém que tem responsabilidades de cargos públicos”.
A situação teve origem numa ata do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, datada de 16 de setembro, onde as assinaturas do júri terão sido falsificadas. O documento, segundo a ata da reunião de quarta-feira, foi elaborado e assinado por Tiago Mayan, que assumiu total responsabilidade, isentando os restantes membros do executivo. O incidente levou à marcação de uma reunião presencial após desconfianças levantadas numa reunião online.
O Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, com um valor global de 875 mil euros, é distribuído entre as freguesias para apoiar associações locais. No entanto, a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde não cumpriu os prazos estipulados para o envio do relatório, sendo posteriormente notificada pelo município para regularizar a situação.
Tiago Mayan apresentou a sua demissão na noite de quinta-feira, afirmando, em comunicado, que “as condições pessoais para continuar a exercer” o cargo já não estavam reunidas, e que assume “inteira responsabilidade” pelos atos cometidos. Tiago Mayan foi eleito presidente da junta em 2021 pelo movimento “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, apoiado pela IL, CDS, Nós Cidadãos e MAIS, tendo obtido 36,92% dos votos.