Com a recente privatização da Efacec e a possível implementação de despedimentos coletivos, os trabalhadores da empresa decidiram em plenário realizar uma greve parcial nos dias 6, 8 e 10 de maio, reivindicando um aumento salarial e a redução do horário de trabalho.
Seis meses após a sua privatização, os trabalhadores da Efacec, agora sob a gestão do fundo de investimento alemão Mutares, marcaram uma greve parcial para os dias 6, 8 e 10 de maio, como forma de pressão para resposta às suas reivindicações laborais. A decisão surge em um momento de negociações tensas e possibilidade de despedimentos na empresa, de acordo com o Expresso.
“A greve foi aprovada por uma larga maioria durante os plenários realizados em Arroteia (Matosinhos) e na Maia”, explica Miguel Ângelo, coordenador do SITE Norte, citado pelo jornal. Os trabalhadores pedem um aumento de 180 euros e a redução progressiva da jornada de trabalho, medidas que, segundo eles, são essenciais para a manutenção de empregos dignos na Efacec.
Além do aumento salarial, os trabalhadores expressam profunda preocupação com o ambiente de incerteza que permeia a empresa, onde, paradoxalmente, são solicitadas rescisões amigáveis enquanto se demanda horas extraordinárias para cumprir com as encomendas existentes. “A situação cria uma tensão constante, alimentada pela falta de informação clara sobre o futuro da empresa e o plano de reestruturação que está sendo implementado”, afirma um dos empregados, também citado pelo Expresso.
Os funcionários também questionam a permanência prolongada da administração anterior, liderada por Ângelo Ramalho, apesar da nova gestão do fundo Mutares. Durante o período de nacionalização entre 2020 e 2023, o Estado português investiu significativamente na estabilização da Efacec, com injeções de capital que totalizaram cerca de 200 milhões de euros, além dos montantes adicionais destinados ao saneamento financeiro após a privatização.
A greve também pode vir a incluir um segundo pré-aviso para abster-se de trabalho extraordinário em maio.