Sem romarias e sem espetáculos, as bandas e grupos cultuais debatem-se com enormes dificuldades. Continuar a atividade com as restrições impostas pela pandemia e manter os membros motivados são algumas delas. O NOTÍCIA MAIA foi conhecer a realidade da Associação Banda de Música.
A Associação Banda de Música de Moreira da Maia foi fundada em 1847 e integra cerca de 60 elementos.
“Este ano era um ano que tinha tudo para ser excelente” – é assim que Céu Costa, presidente há cerca de sete anos e membro durante mais de 25 anos, começa por responder à nossa primeira pergunta.
2020 foi o ano em que esta Associação conseguiu realizar “um sonho antigo” e pelo qual lutava há muitos anos: uma nova e espaçosa sede para a banda. Mas, por causa da pandemia, “não conseguimos usufruir o espaço de corpo e alma”. Ainda assim, e logo que houve condições para o fazer, a banda organizou-se em pequenos grupos para que todos os músicos pudessem ensaiar e conhecer o novo espaço.
Céu Costa explica ao NOTÍCIAS MAIA que os cancelamentos começaram a surgir e que logo depois surgiu o confinamento e a impossibilidade de manter os ensaios. Sobre o desafio de manter os membros motivados, a presidente conta que “não é fácil” e que toda esta situação “acaba por abalar qualquer grupo”. “Não sei como vai ser o recomeço”, desabafa a representante.
Sobre como se sobrevive sem concertos e festas populares, Céu Costa explica que é preciso “uma gestão equilibrada para sobreviver”.
Recorde-se que a Associação Banda de Música de Moreira da Maia, além da banda filarmónica, tem ainda uma escola de música que está também a funcionar de forma limitada.
Ainda sem voltar à atividade normal, a Banda de Moreira da Maia pôde regressar aos espetáculos com o projeto “Música pelo Concelho”, onde as duas bandas do concelho se juntaram para promover 10 concertos pelas 10 freguesias da Maia, cinco para cada grupo filarmónico.
Uma atividade que foi proposta pelos dois coletivos de música, financiada pelo município e que representou “uma lufada de ar fresco”.
Sobre o futuro, a presidente acredita que tão cedo não haverá romarias mas que venha a ser possível realizar eventos e concertos em ambientes controlados e de pequena escala. “O futuro é bastante imprevisível”, conclui.