Aproximam-se eleições. Naturalmente vão-se desenrolando acontecimentos novos, alguns previstos, outros menos previstos, mas muitos deles imprevistos.
Não deixa de ser curioso observar a habilidade política de uns, contra a tentativa de demonstração de seriedade de outros, contra a impureza profana e deliberada de muitos.
Para mim, no Panorama nacional, Costa é um dos animais políticos da nossa actualidade. Dotado de uma destreza notável, vai torneando obstáculos, magicando soluções e iludindo parte da opinião pública. Nem sequer é preciso muita capacidade de memorização, nem de fazer um grande exercício de retórica para lembrar e relembrar desvantagens de factos políticos que habilmente contorna e muitos deles até os transforma com arma de arremesso político na oposição.
Arrisco referir, tendo em conta os desenvolvimentos recentes, que em breve irão ser criadas, e de forma cirúrgica, condições para se destituir uma geringonça que mais parece uma ginga joga de contornos abstractos com o serviço único de politiquizar o poder ignorando que a importância está nos cidadãos que não os elegeram. Não me surpreenderá que o timming será tão mais adequado, quanto as sondagens favorecerem o nosso actual primeiro-ministro.
Entenda o leitor que, apesar de não me identificar nesta forma de fazer política, também não a critico. Aliás, foi assim que atingiu os seus objectivos. A mim preocupa-me, sobretudo o facto de os portugueses ainda não terem percebido realmente o que se está a passar. Preocupa-me o facto de outros partidos não serem capazes de tirar a areia dos olhos, mostrando aos eventuais menos informados a realidade.
Claro que um discurso disruptivo, baseado na negação não me parece o indicado.
Acredito na Social Democracia, e ao acreditar nisso, acredito nos valores que a sustentam, não acredito em muros de valores, mas sim em comunhão de ideias, em valorização de uma classe média que tem desaparecido, em criação de projectos e ideias pró activas e positivas para o bem da população.
Julgo que a nosso democracia tem-se debatido demasiado tempo, e valorizando demasiado Valores com base politica. Contudo, politica não é isso… Fazer politica é antes de mais saber que politica de valores queremos e deveremos praticar.
Só com o compromisso certo, a dedicação adequada e a resiliência necessária conseguiremos praticar com seriedade as politicas de valores em que acreditamos.
Que a campanha eleitoral comece, e que nós todos aprendamos e beneficiemos deste período de discussão, reflexão e sobretudo construção de novos desafios.
Ricardo Filipe Oliveira
Médico
Doc. Universitário UP
Lic Neurof. UP
Mestre Eng. Biomédica FEUP
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Não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico