Os sogros de Alexandra Augusto precisavam de ajuda e, quando as portas se fecharam em Alfena, foi na Maia que encontraram solução.
A senhora Joaquina testou positivo à Covid-19 pouco tempo depois dos primeiros casos em Portugal, ainda em março de 2020. Com uma saúde debilitada e a viver com o marido, o senhor António, este casal de Alfena mereceu especial atenção da nora, Alexandra Augusto.
Por se tratar de um casal com idade avançada e saúde debilitada, Alexandra Augusto começou de imediato à procura de ajuda, visto que acolher os sogros em casa não era possível. Apesar dos esforços, não encontrou no concelho de residência dos sogros nenhuma instituição que a pudesse ajudar. Foi aí que tentou a Maia, onde vive.
Alexandra conta ao NOTÍCIAS MAIA que, depois de lhe ser indicado o Centro de Covid-19 em Gueifães, não demorou nem 48 horas a conseguir que ambos os sogros lá fossem recebidos.
Notícias Maia (NM): Como é que reagiu quando soube que a sua sogra tinha contraído a Covid-19?
Alexandra Augusto (AA): Ela foi dos primeiros casos quando se começou a ouvir falar disto. A minha sogra já faleceu com uma pancreatite aguda, em março deste ano, mas não teve nada a ver com a Covid. Ela ficou positiva logo no início da pandemia e o meu sogro que, curiosamente esteve sempre ao lado dela, deu negativo. Estamos a falar de um casal com bastantes dificuldades, tanto de saúde como financeiras, como a nível de condições, sendo que eles viviam só os dois.
NM: Os seus sogros não são maiatos. Como é que eles acabaram por integrar os Centros de covid negativo e positivo da Maia?
AA: Os meus sogros realmente não são maiatos, são de alfena. Comecei a procurar entidades que dessem auxílio, mas em Valongo havia uma descoordenação total. Eu tentava contactar as entidades e acontecia um jogo do empurra, isto em março de 2020. Na altura fiz imensas chamadas! Na Maia, fui falando com diversas assistentes sociais e alguém me recomendou entrar em contacto com a Dra. Aida Soares, que nos encaminhou para o Centro de Covid em Gueifães. Os meus sogros foram ambos colocados lá, mas em alas diferentes.
NM: Quando encontraram essa ajuda, como é que foi o processo até os seus sogros integrarem o Centro Covid?
AA: Foi tudo muito rápido. Eu expliquei a situação e disse que era maiata, para o caso de haver alguma dificuldade. Mas não houve, até porque o Centro não estava cheio, nunca chegou a estar no seu limite.
NM: A partir do momento em que telefonou o processo foi rápido?
AA: Sim, foi tudo muito rápido. Se foram 48h já foi muito.
NM: Os seus sogros ficaram muito tempo no Centro Covid?
AA: Ficaram sensivelmente entre 15 a 20 dias, porque a minha sogra sempre que fazia o teste dava positivo.
NM: Que tipo de apoio é que eles receberam? Tiveram custos?
AA: Não, não tive qualquer custo. Os meus sogros são muito carenciados e ninguém nos imputou qualquer custo. Eles tiveram alimentação, a medicação foi levada por nós, mas recordo-me até de um medicamento que estava em falta e o Centro disponibilizou-se para comprar se o filho deles, o Pedro, não conseguisse. Tiveram acesso a tudo aquilo que é mais importante, tiveram o carinho de todos os doutores, assistentes sociais e voluntários. A parte humana foi francamente boa.
NM: Vocês puderam visitá-los?
AA: Sim, mas ficávamos do lado de fora. Quanto ao senhor António, o meu sogro, a doutora trazia-o até cá fora e por vezes ligava do seu próprio telefone para que o filho conseguisse conversar com ele por videochamada.
NM: Sente que a Maia geriu bem a situação?
AA: A Maia disponibilizou de todos os recursos, e estamos a falar de médicos, de solidariedade, até mesmo da roupa lavada. Tudo foi muito bem gerido. Sempre procurei um lar para os meus sogros, quanto mais não fosse um lar de dia, para que tivessem alguma ocupação e fossem estimulados, mas nunca consegui. A minha experiência em Alfena é muito degradante. E foi em conversa com as assistentes do Centro, em especial com a Dra. Aida, que abordei essa situação e elas conseguiram um apoio domiciliário de uma entidade da Maia, que se deslocava a Alfena. Acabou por não ser preciso, mas ficou a intenção.