Um isolamento profilático foi o empurrão que Ana Martins precisou para realizar o sonho antigo de abrir o seu próprio negócio. Conheça a história desta maiata.
Ana Martins tem 37 anos e decidiu abrir, neste mês de abril, a sua própria loja de roupa infantil. Apesar das grandes dificuldades sentidas um pouco por todos os setores, esta maiata arriscou e decidiu que era momento de realizar o seu sonho.
Ao NOTÍCIAS MAIA, Ana Martins explica que sempre sonhou em ter o seu próprio negócio e que a pandemia, e um isolamento profilático, foram o empurrão que precisava para realizar este projeto e abrir as portas da Gris&Menta.
Notícias Maia (NM): Como é que surge esta ideia de abrir um negócio em plena pandemia?
Ana Martins (AM): Eu já tinha essa ideia há algum tempo mas nunca tive coragem de passar à prática. No ano passado, quando estive em isolamento profilático, comecei a pensar melhor no assunto, a procurar e a pesquisar opções. Na altura pensei num franchising mas condições não eram as melhores. Então tentei não desistir do projeto e procurei outros caminhos. Comecei a pesquisar marcas e a entrar mais na dinâmica do que é o mundo da moda infantil. E arrisquei. Comecei a mandar e-mails, começamos a ter respostas e aí começou tudo a nascer.
NM: E foi mais ao menos em que altura?
AM: Foi ali no mês de outubro de 2020.
NM: E a inauguração da loja foi há poucos dias.
AM: A nossa inauguração foi no dia 5 de abril. Inicialmente o projeto era só para ser de uma loja online e era para dar início em junho. Mas depois de algumas conversas com uma das marcas decidi abrir loja de rua. Tive a sorte de encontrar a loja no momento certo, arriscamos e cá estamos! Neste momento ainda estamos um pouco a meio gás porque a ideia era abrir mais tarde. E claro, também temos naturalmente o horário de funcionamento reduzido.
NM: Não sentiu receio em abrir um negócio nesta altura?
AM: Eu tenho os meus medos como toda a gente, eu acho que nós não podemos desistir. Claro que numa fase em que não existisse pandemia, seria a cereja no topo do bolo, como se costuma dizer, mas olhando ao projeto em si e a oportunidade que surgiu no momento, acho que a pandemia até torna este projeto com mais valor. No fundo o risco é maior, mas correndo bem e eu acredito muito nisso, tem mais valor.
NM: Se ter o seu próprio negócio já era um sonho antigo, se calhar a pandemia foi o empurrão que faltava.
AM: Foi o empurrão que faltava, mas em todos os aspetos. Mesmo a nível de alimentação, tentei melhorar tudo. Nós tínhamos muito tempo para pensar.
NM: E como é que foi concretiza este projeto com uma criança e um bebé em casa o tempo todo?
AM: Foi uma aventura, porque eu tinha que auxiliar a empresa onde trabalho, tinha que cuidar dos miúdos e a minha filha estava a ter as aulas online. Fui conseguindo dia após dia. Um dia de cada vez.
NM: Um esforço também familiar.
AM: Sim, foi mais complicado do que se fosse só eu criar o projeto sem estas condicionantes, mas foi possível.
NM: E agora está aqui de porta aberta. O que é que espera para o futuro?
AM: Eu tenho em mente que isto corra bem. Porque eu acho que a pandemia abala temporariamente mas que nós somos inteligentes para dar a volta. E se eu tenho força para abrir eu acho que as pessoas que têm tido dificuldades nos seus negócios também vão ganhar força para continuar.