Ao longo do último ano, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens na Maia não parou de trabalhar junto das famílias e jovens do concelho. Conheça o testemunho do presidente.
A pandemia obrigou milhares de pessoas a trabalhar em casa mas, na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens na Maia, a rotina permanceu quase intacta. Com as devidas precauções e regras de segurança, ninguém deixou de ser acompanhado.
António Marinho, presidente da CPCJ da Maia, explica ao NOTÍCIAS MAIA que uma atividade como esta não pode suspender-se e que o acompanhamento dos jovens e das crianças manteve-se inalterado.
NM: Em termos de números, quantos processos estão a ser acompanhados aqui pela CPCJ na Maia?
AM: Independentemente das problemáticas que lhes estão associadas, o ciclo normal de intervenção desta Comissão no Concelho da Maia, anda na ordem dos 400 processos.
NM: A pandemia trouxe-vos mais pedidos de ajuda ou mais alertas neste último ano?
AM: Eu não sei se é possível dizer que trouxe mais alertas, temos noção de um volume alargado de processos. Diremos que é possível encontrar no confinamento, que são os efeitos colaterais da pandemia, razões para o avolumar de alguns processos, nomeadamente, de algumas problemáticas, mas é prematuro.
NM: E como é que funcionou esse acompanhamento neste último ano? O trabalho continuou?
AM: Sim. A atividade que é desenvolvida numa Comissão de Proteção de Crianças e Jovens não é uma atividade que possa suspender-se. E sem prejuízo dos ajustes que nós tivemos naturalmente que implementar, mantivemos sempre as instalações abertas e o acompanhamento às famílias e às crianças manteve-se.
NM: O que é que a Comissão da Maia preparou para o mês da prevenção dos maus-tratos infantis.
AM: O mês de abril é um mês que por tradição se encontra associado à prevenção dos maus-tratos. Neste caso concreto, desafiado pela CPCJ da Maia, o Concelho da Maia iniciou um ciclo de atividades, como foi a colocação do laço azul nas crianças e professores. Aproveito e convido a que vejam o website desta comissão, onde temos lá muita informação relativa à atividade que tem vindo a ser desenvolvida. Posso dizer verdadeiramente que a cidade se vestiu de azul. A Câmara da Maia associou-se à nossa iniciativa iluminando as Portas da Maia de azul, numa clara intenção de chamar a atenção de todos para esta problemática.
NM: Porquê o azul?
AM: Rezam as crónicas que há uns anos atrás, uma avó californiana viu os seus netos serem alvo de violentos atentados por parte dos pais, que levaram à morte de um dos meninos. E para mostrar à comunidade o seu sentimento de revolta, sobre o que lhe tinha acontecido, decidiu pendurar na antena do seu carro um laço azul. O laço azul colocado por aquela avó serviu para dar um alerta à comunidade do que ela considerava que eram as nódoas negras e para chamar à atenção e comunicar. Nós, por competência territorial, trabalhamos as crianças do concelho da Maia, mas a preocupação é que todas as crianças do planeta estejam protegidas e que todos façamos por elas aquilo que efetivamente se nos impõem.
NM: No fundo este é um mês para nos lembrar que temos que estar atentos a este problema o ano todo?
AM: Isso mesmo. É um mês que nos deve despertar essa emoção, é um mês que por excelência nos vai colocar mais predispostos a determinada atenção. Mas sim, a pergunta é excelente, porque se por um lado nós ficamos felizes pelo envolvimento no mês de abril, por outro queremos que todos os meses a prevenção passe a figurar no dia-a-dia de todos.