A proposta da firma alemã Mutares para adquirir a Efacec prevê uma perda para o Estado português de, pelo menos, 112,8 milhões de euros, que havia sido anteriormente investido na empresa.
Este cenário resulta de um acordo para o perdão de dívida quase 182 milhões de euros, sendo a decisão final dependente dos obrigacionistas da empresa, de acordo com o jornal ECO.
A proposta da Mutares sugere um perdão de dívida de 29 milhões de euros por parte dos obrigacionistas, de 40,12 milhões pelos bancos e 112,8 milhões pela Parpública, correspondendo a empréstimos feitos pelo Estado. Caso a proposta seja aceite, a Mutares irá investir 15 milhões de euros na Efacec.
Ainda de acordo com o ECO, a proposta tem como objetivo estabelecer um “cenário conceptual” de liquidação da Efacec, caso os obrigacionistas não aceitem um corte da dívida que vence em 2024. Desta forma, a proposta tenta evidenciar que os obrigacionistas podem sofrer maiores perdas caso não acordem com o corte da dívida.
Segundo o mesmo jornal, os bancos, por outro lado, parecem dispostos a aceitar a proposta de corte de dívida e a “trabalhar com a Mutares para o futuro da empresa”, mantendo o seu atual nível de exposição à Efacec, que ronda os 120 milhões de euros.
No entanto, os prejuízos da Efacec continuam a agravar-se, registando um aumento de 50,9% até abril deste ano, totalizando 21,48 milhões de euros. Além disso, a Efacec revela ter 425 milhões de euros de pagamentos em atraso até abril que ainda não foram executados.
Caso a Efacec declare insolvência, a recuperação das verbas investidas pelos obrigacionistas será praticamente impossível. Isso ocorre porque na hierarquia de créditos, os obrigacionistas encontram-se atrás dos trabalhadores, do Fisco, da Segurança Social e da Parpública.